Com os juros em trajetória de alta, a opção por títulos públicos tende a ser mais vantajosa entre os investidores. Na quarta-feira (12/11), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em um ponto percentual, para 12,25% ao ano. Diante disso, os títulos de renda fixa continuam em valorização e a tendência deve continuar em 2025, com projeções apontando para uma taxa de juros de 14%.
Os papéis indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+, atingiram recentemente a marca de +7% ao ano, um dos maiores aumentos registrados na última década. A combinação de altas taxas de juros e um cenário macroeconômico instável cria oportunidades e desafios para quem busca rentabilidade segura e consistente.
Segundo Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, o momento atual oferece opções interessantes, mas exige atenção aos movimentos do mercado e planejamento estratégico. “Historicamente, raramente vimos taxas tão elevadas em títulos do Tesouro, o que torna este um raro momento para garantir retornos atrativos, especialmente no longo prazo”, afirma o especialista.
Enquanto títulos como o Tesouro Selic mantêm a atratividade por oferecerem segurança e liquidez, as opções prefixadas atreladas ao IPCA enfrentam maior sensibilidade devido à marcação a mercado. Cunha alerta que esses títulos podem sofrer perda de valor com o aumento das taxas de juros futuras, mas têm potencial de valorização quando a curva de juros diminuir.
Oportunidades e estratégias no cenário atual
Para investidores de longo prazo, títulos prefixados e indexados à inflação são boas opções, principalmente com vencimentos mais longos. “Investir nesses títulos agora pode resultar em ganhos significativos num eventual fechamento da curva de juros”, explica Cunha. Ele reforça ainda que, embora a renda fixa seja atrativa, diversificar continua importante.
Por outro lado, é necessário considerar os riscos associados à volatilidade do mercado e a possibilidade de novos ajustes na política monetária dos Estados Unidos, o que poderia impactar os rendimentos dos títulos no Brasil. “Taxas de juros mais altas nos EUA poderiam pressionar ainda mais as taxas aqui, aumentando a necessidade dos investidores avaliarem o cenário global antes de tomarem decisões”, afirma.
Existe um ‘teto’ para o Tesouro?
Embora o Tesouro IPCA+7% seja visto como uma das taxas mais atrativas disponíveis, Paulo Cunha afirma que não é possível estabelecer um “teto” para a renda fixa. “O mercado sempre pode ficar mais estressado. Porém, historicamente, raramente tivemos taxas tão altas. A última vez foi há cerca de 10 anos, pouco antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff”, lembra o especialista.
Cunha destaca ainda que, com a taxa Selic em alta e projeções que indicam manutenção ou mesmo aumento da taxa para 14% ao ano, títulos como o Tesouro IPCA+ apresentam rentabilidades competitivas, ainda mais para quem busca proteger seu capital contra a inflação no longo prazo. .
“Além de oferecer rentabilidade, esses ativos têm sido cruciais para o governo financiar políticas fiscais em tempos de ajuste econômico, reforçando seu papel estratégico tanto para os investidores quanto para o país”, finaliza Cunha.
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