O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,6 pontos em dezembro e atingiu 92 pontos, o menor nível desde junho passado. Na média móvel trimestral, o indicador caiu 0,6 ponto, para 93,5 pontos. O índice medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) varia de 0 a 200 pontos (de 0 a 100, baixa confiança; e de 100 a 200, alta confiança).
Segundo a FGV/Ibre, a queda na confiança foi influenciada principalmente pela deterioração das expectativas em relação aos próximos meses, com queda menos significativa no indicador que mede as avaliações do momento atual.
O índice que mede as expectativas para o futuro caiu 4,9 pontos e caiu para 98,5 pontos, atingindo também o menor nível desde junho. O Índice de Situação Atual (ISA) — que mede a percepção dos consumidores sobre o presente — teve queda menos acentuada, de 1,4 ponto, e caiu para 82,9 pontos, o menor desde setembro.
Para a economista do FGV/Ibre Anna Carolina Gouveia, a queda na confiança do consumidor foi influenciada, sobretudo, pelas menores expectativas futuras e pela percepção da situação atual, em menor proporção. Ela explica ainda que o resultado também foi divulgado entre as faixas de renda, com destaque para a faixa de menor renda.
“O recente aumento das taxas de juros, aliado a bolsões de pressão inflacionária sobre itens como alimentos, pode estar contribuindo para aumentar o pessimismo dos consumidores no último mês de 2024, levando a uma piora das expectativas em relação à situação financeira nos próximos meses” , avalia.
O item que mede as perspectivas para as finanças futuras das famílias foi o que mais contribuiu para a queda da confiança no mês, caindo 8,3 pontos, para 98,8 pontos —o menor nível desde fevereiro deste ano. O indicador que mede a dinâmica das compras de bens duráveis também caiu, desta vez 2,5 pontos, para 94,3 pontos. Relativamente às perspetivas para a situação futura da economia, registou-se uma redução do otimismo com uma descida de 3,3 pontos no indicador, para 102,8 pontos, o que representa a quarta queda consecutiva.
Indústria
A demora no anúncio de medidas para conter o aumento dos gastos do governo federal e a queda nas expectativas com o pacote fiscal também deixaram o setor industrial menos confiante neste mês de dezembro, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dos 29 setores analisados em todo o Brasil, 27 registraram queda nas expectativas no período.
A queda no nível de confiança afetou todas as regiões do país e todos os tamanhos de empresas. Em novembro, a CNI considerou que apenas 2 setores estavam pessimistas com a situação atual. No mês seguinte, esse número saltou para 16 setores —mais da metade do total. Vale ressaltar que a pesquisa possui um índice que varia de 0 a 100 pontos, sendo 50 o nível neutro.
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