Os deputados federais Kim Kataguiri (UB-SP), Júlio Lopes (PP-RJ) e Pedro Paulo (PSD-RJ) apresentaram proposta de alteração da Constituição (PEC) com o objetivo de salvar o quadro fiscal, projeto do Governo Lula para ajustar as contas públicas. Segundo os autores e outros parlamentares da oposição, o governo tem dificuldade em obedecer às regras do próprio projeto. O PEC do Equilíbrio Fiscal, como é chamado, prevê uma série de ações que poderão gerar economia de R$ 1,1 trilhão entre 2026 e 2031, se totalmente implementadas.
O projeto prevê mudanças em áreas-chave e uma mudança na interpretação das prioridades do governo para equilibrar os cofres públicos. O objetivo é possibilitar o controle do crescimento das despesas primárias — gastos do governo não relacionados ao pagamento de juros e encargos da dívida, como programas de financiamento e manutenção da estrutura do Estado — e estabelecer o Programa de Equilíbrio Fiscal Estrutural (PEFE). Atualmente, o PEC Possui 57 assinaturas, porém, antes de poder ser discutido e votado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, é necessário obter 171.
O Ministério das Finanças foi contactado para obter o seu parecer sobre o projecto e as declarações feitas sobre o não respeito do enquadramento fiscal, mas até à última actualização deste texto não houve resposta. O espaço permanece aberto para manifestações.
Propostas
Uma das propostas mais ousadas e controversas do PEC é a desindexação dos benefícios sociais do salário mínimo. A justificativa é que a indexação agrava o desequilíbrio das contas públicas, que se torna mais crítico num cenário de transição demográfica. “Segundo o IBGE, a proporção de idosos na população brasileira já saltou de 8,7% (15,2 milhões) em 2000 para 15,6% (33 milhões) em 2023. Em 2070, essa proporção deverá atingir 37,8% (75,3 milhões) da população. os habitantes do país, o que certamente impactará nos benefícios previdenciários e assistenciais”, afirmam os autores.
Com a desindexação, os deputados acreditam que será aberto espaço fiscal para financiar políticas públicas mais eficazes para reduzir a desigualdade, uma vez que o PEC prevê que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a previdência social deixarão de ser indexados ao salário mínimo, hoje corrigido pela inflação mais a variação do PIB do ano anterior. O projeto também propõe a atualização dos benefícios pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) entre 2026 e 2031.
Outra medida prevista é a desvinculação dos pisos de saúde e educação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo os autores, não haverá fim dos pisos nem alterações nos pisos dos entes subnacionais. Além disso, haverá um complemento da União ao Fundeb com manutenção anual de 2026 a 2031 com base na inflação. A partir de 2032, serão corrigidos conforme critérios definidos em lei complementar e poderão ser revisados a cada quatro anos.
O deputado Kim Kataguiri, um dos autores, afirma que é uma medida que beneficiará os brasileiros. “Descolamos saúde e educação considerando o envelhecimento da população e investimos proporcionalmente muito mais em saúde e seguridade social. O governo precisa ter essa flexibilidade e ainda atacamos partes do orçamento que foram sequestradas por supersalários ou privilégios fiscais para grandes empresas , até mesmo através das próprias emendas parlamentares”, explica.
Além dos pontos mencionados acima, o PEC prevê ainda um investimento mínimo de 25% da arrecadação de impostos do Distrito Federal, dos estados e dos municípios, anualmente, para a educação. As parcelas transferidas dos estados para seus municípios não entram na conta. Haverá ainda uma lei complementar que definirá o complemento da União para o desenvolvimento da educação.
O PEC envolve também os ministros do Superior Tribunal Federal, combatendo os supersalários através do corte de benefícios que ultrapassam o teto do funcionalismo público, que é de R$ 44 mil. O projeto também conta com uma proposta de previdência militar, que prevê 35 anos de contribuição e idade mínima de 55 anos ou proporcionalmente, a partir de 15 anos de serviço e 45 anos de idade.
Incentivo aos parlamentares
Outro ponto previsto pelo PEC Saldo Fiscal é a relação que as emendas parlamentares terão com as despesas discricionárias, aquelas que o governo decide fazer ou não, como políticas públicas, obras e compras de equipamentos para o serviço público. Ou seja, quanto maior for o valor destinado a essas despesas, mais emendas os parlamentares terão.
O documento justifica a proposta como forma de não mais estrangular as despesas discricionárias. “Aumentamos muito as despesas discricionárias, ou seja, a capacidade de investimento, a formulação de políticas públicas e a revisão dos gastos. Vinculamos as emendas às despesas discricionárias que hoje estão vinculadas à receita corrente líquida, então quanto mais o governo arrecada, mais os parlamentares têm emendas. estabeleceram um critério positivo, pois o parlamento e o governo terão incentivo para cortar despesas obrigatórias”, afirma o deputado.
PEFE
O Programa de Equilíbrio Fiscal Estrutural (PEFE), previsto no PEC tem mais algumas proposições e objetivos. Ele terá validade de 2026 a 2031 e uma de suas propostas é criar um benefício anual para usuários do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (PASEP) no valor de um salário mínimo. O Sistema Único de Saúde (SUS) também terá um percentual de redução de despesas, mínimo de 20%, destinado aos usuários idosos. O programa prevê ainda a criação e prorrogação de benefícios fiscais durante seis anos e a redução dos incentivos atuais em pelo menos 10%.
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