A 120 mil pontos, o Ibovespa encerrou 2024 – um ano muito difícil para a renda variável no Brasil com a explosão do câmbio e a pressão verificada na curva de juros interna – na direção oposta ao que se viu em 2023, no então máximo histórico de 134 mil pontos, renovado na penúltima sessão daquele mês de dezembro. O recorde seria levado um pouco mais longe no final de agosto de 2024, em 137 mil pontos.
Desde então, o Ibovespa inclinou-se implacavelmente, restringido pela percepção do risco fiscal a nível interno que derrubou o real e elevou as taxas de juro futuras, deprimindo o apelo de activos de risco como as acções. Na frente externa, a partir de Novembro reflectiu também um quadro nebuloso para os mercados emergentes em 2025, com o regresso de Donald Trump à Casa Branca no dia 20 – o que resulta numa maior cautela da Reserva Federal para avançar com cortes de juros nos Estados Unidos Estados, diante da perspectiva de mais inflação com a provável retomada de uma linha governamental protecionista na maior economia do mundo.
Nesta última sessão de 2024, o Ibovespa fechou estável (+0,01%), aos 120.283,40 pontos, variação negativa de 13,9 mil pontos em relação ao nível de fechamento de 2023, então aos 134.185,24 pontos. Em termos percentuais, a perda acumulada no ano correspondeu a 10,36%, confirmando o pior desempenho do índice B3 desde 2021, ano ainda de pandemia em que perdeu quase 12%, e que também havia sido o pior para o índice brasileiro mercado de ações desde 2015.
Em dezembro, a perda foi de 4,28%, superando os já ruins resultados de novembro (-3,12%), outubro (-1,60%) e setembro (-3,08%). No último trimestre de 2024, a variação negativa do índice foi de 8,74%, superando a queda de 7,59% verificada em outro período ruim para a Bolsa brasileira, no quarto trimestre de 2014, quando ocorreu a reeleição do então presidente. lugar. Dilma Rousseff.
Num intervalo normalmente favorecido por ralis de final de ano, o Ibovespa teve agora, entre outubro e dezembro de 2024, o seu pior desempenho para o último trimestre desde a crise global de 2008. No ano da crise das hipotecas de alto risco no Nos EUA, o Ibovespa havia despencado quase 25% em outubro, e a margem ainda piorou no mês seguinte, novembro, antes de uma leve recuperação em dezembro – lembrando que a descida começou em setembro, no eclosão da crise global, quando o Ibovespa caiu 11%.
Em dólar, o Ibovespa chega ao final de 2024 aos 19.462,70 pontos, refletindo a perda nominal em torno de 10% do índice e a alta de 27% da moeda americana em relação ao real. Assim, o ano termina num nível acima do que estava no auge dos receios globais em torno da pandemia de Covid-19, em março de 2020, então em 14.051,44. Naquele primeiro trimestre, o pior da história para início de ano, o Ibovespa em dólar perdeu 51,26%.
Porém, frente ao fechamento de agosto de 2024 – então muito próximo da máxima histórica recente, no dia 28 daquele mês, aos 137,3 mil pontos no fechamento e 137,4 mil intradiários -, o Ibovespa agora acumula um desconto significativo, chegando então a 24.135,58 aponta com o dólar a R$ 5,63. Desde o nível recorde de 137 mil pontos próximo ao final de agosto, o Ibovespa teve perda nominal de 12,42%, equivalente a 17,0 mil pontos. O dólar à vista fechou 2024 cotado a R$ 6,1802 (-0,21% na sessão), apresentando alta de quase 3% no mês
Nesta última segunda-feira do ano, a estabilidade do índice na sessão foi assegurada sobretudo pela Petrobras (ON +1,47%, PN +1,49%). Os bancos também ajudaram em massa, mas perderam força no fechamento, com o Itaú PN caindo 0,16% no final do dia. Assim como o Ibovespa, a Vale ON operou boa parte da sessão presa à estabilidade, mas terminou na mínima do dia, com queda de 0,35%. Na liderança do Ibovespa na sessão, Azul (+5,36%), Brava (+4,21%) e LWSA (+3,11%). No lado oposto, Automob (-2,86%), Ambev (-2,73%) e IRB (-2,08%).
No ano, entre as principais blue chips, o avanço acumulado pela Petrobras (ON +21,26%, PN +17,96%) foi o contraponto ao ajuste negativo da Vale (ON -23,32%), principal ação do Ibovespa. Também entre os componentes mais relevantes do índice, o Itaú PN perdeu 3,49% no ano, a menor perda entre as principais instituições do setor, em que os destaques negativos foram Bradesco (ON -26,57%, PN -28,86%) e Santander Brasil (Unidade -22,64%). Na B3, o giro financeiro nesta última sessão do ano foi de R$ 17,8 bilhões.
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