Criminosos estão aproveitando o prazo de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2025 para praticar um novo golpe. Uma pesquisa realizada pela empresa de segurança Kaspersky revelou que os golpistas estão agindo de forma ainda mais agressiva e camuflada, com promessas de desconto de até 45% no pagamento de impostos.
Já foram encontrados pelo menos 15 domínios diferentes onde golpistas enviam mensagens SMS com links para um site falso que simula consulta de veículos e engana as pessoas para que caiam na fraude. A interface das páginas é a mesma do governo e os sites possuem um domínio “.org”, projetado para parecer legítimo.
O golpe começa com o envio de uma mensagem via SMS para atrair a atenção dos contribuintes, oferecendo um desconto significativo no pagamento de impostos. A mensagem contém um link que direciona as vítimas para um site com domínio “.org”. No site, ao inserir a placa do veículo, todos os demais dados são exibidos, criando uma falsa sensação de segurança e autenticidade
Ao conquistar a confiança da vítima, a página solicita o CPF para quitação da dívida, forma de acessar também os dados da pessoa física para futuros golpes. A etapa final oferece a opção de pagamento via QR Code do Pix, que direciona o dinheiro para uma conta mantida pelos criminosos. O método de pagamento instantâneo dificulta o rastreamento e a recuperação dos valores transferidos.
Segundo Kevin de Sousa, especialista em direito da personalidade e proteção de dados, os criminosos utilizam uma abordagem sofisticada de engenharia social que se desenvolve em múltiplas etapas. “O aspecto mais insidioso dessa fraude é a exibição de dados autênticos do veículo após a inserção da placa, criando falsa credibilidade para posterior solicitação indevida de dados pessoais e geração de QR Code Pix fraudulento”, pontua.
O envio de links fraudulentos é conhecido como “phishing”, uma técnica de fraude cibernética que visa obter informações pessoais de forma ilegal. O objetivo é induzir as vítimas a compartilharem dados confidenciais, além de efetuarem pagamentos em contas falsas.
Os criminosos criam anúncios, enviam e-mails ou mensagens de texto falsos que parecem ser de uma empresa legítima para obter informações pessoais ou financeiras do usuário. Eles podem pedir ao usuário que clique em um link malicioso ou baixe um anexo infectado, que é uma espécie de sistema usado para espionar atividades realizadas no celular e no computador e roubar dados.
“Em alguns casos, o criminoso chega a enviar a fatura em anexo. Nessas mensagens enviadas, os criminosos também dizem que, se o pagamento for imediato, há um desconto maior, o que acaba atraindo ainda mais os contribuintes”, alerta Rafael Coelho Fernandes, especialista em responsabilidade civil e direito do consumidor e líder da equipe de Contencioso Cível do Albuquerque Melo Advogados.
Canais oficiais
Como o nome sugere, o IPVA é voltado para proprietários de automóveis. É cobrado anualmente e é de responsabilidade dos estados brasileiros. O imposto é usado para obter recursos que podem ajudar na manutenção das ruas e rodovias do país. O valor é calculado com base no preço de venda do veículo determinado pela Tabela Fipe, referência para os preços médios dos veículos no mercado nacional e a alíquota correspondente ao tipo e categoria do veículo. É importante ressaltar que os impostos podem variar de 1% a 4% do valor do veículo.
No Distrito Federal, a cota única ou primeira parcela do imposto vence no dia 21 de janeiro, de acordo com o término da placa do veículo. O desconto concedido pelo governo distrital é de 10% sobre o valor do IPVA aos contribuintes que pagarem integralmente o referido imposto até o vencimento da cota única, desde que não haja dívida de ano anterior. O imposto do ano corrente ainda pode ser parcelado com cartão de crédito.
A recomendação é que os contribuintes paguem o IPVA exclusivamente pelos canais oficiais das Secretarias da Fazenda dos Estados de seu estado. Os especialistas alertam ainda que é necessário verificar a autenticidade dos domínios antes de inserir qualquer informação pessoal e ter cuidado com ofertas de descontos extraordinários, principalmente via SMS. “É fundamental compreender que os órgãos governamentais não oferecem descontos por meios não oficiais nem solicitam dados pessoais via SMS”, sublinha Kevin de Sousa.
Caso o contribuinte tenha caído no golpe, a recomendação é registrar imediatamente um Boletim de Ocorrência detalhando a fraude. Caso tenha havido transferência via Pix, é necessário avisar imediatamente a instituição financeira “O contribuinte deve entrar em contato imediatamente com o banco que o criminoso utilizou para receber o pagamento, pois esse banco pode bloquear a conta do golpista e o saldo lá”, diz Rafael Coelho Fernandes.
“Além disso, é importante destacar que é responsabilidade do banco verificar minuciosamente os dados e documentos de quem tenta abrir uma nova conta naquela instituição, evitando assim a ocorrência de futuras fraudes e golpes”, acrescenta o advogado.
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