No dia seguinte à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, a cotação do dólar registrou leve queda de 0,18%, cotado a R$ 6,03. A queda acompanhou a desvalorização da moeda norte-americana, ainda mais forte em outros países. O Índice DXY, que mede a força da moeda em relação às principais moedas do mundo, fechou o pregão desta terça-feira (21/1) com forte queda de 1,17%.
A percepção dos especialistas em relação a esta nova queda do dólar é que o movimento se deve ao adiamento da decisão de Trump de aumentar as tarifas sobre produtos estrangeiros no país, considerada protecionista pelos economistas. Para o sócio e economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva, a decisão de Trump de não implementar imediatamente as tarifas favoreceu um alívio momentâneo nos mercados internacionais, mas insuficiente para impactar o contexto brasileiro.
O especialista destaca a alta dos juros futuros no Brasil, causada após um breve alívio no início da semana. “As taxas de juros futuras fecharam em alta no Brasil. O foco está nas condições fiscais locais que continuam a preocupar o mercado. As taxas dos contratos de Depósito Interbancário (DI) subiram com os investidores reavaliando os prêmios da curva de juros”, avalia.
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Ainda na visão do economista, o adiamento das tarifas nos EUA sinalizou uma possível desaceleração da inflação americana, resultando em expectativas de juros estáveis no país, somando-se também ao ambiente de especulação em relação às taxas nos mercados brasileiros. “Com a ausência de avanços significativos no panorama fiscal nacional e um iminente recesso do Congresso até fevereiro, os juros futuros refletem um ajuste técnico na precificação do risco”, considera Silva.
A possível reintrodução de tarifas de importação também pode ter alto potencial de afetar a dinâmica global do comércio e do mercado financeiro, na visão do analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, além de ter implicações diretas na taxa de câmbio. “Se Trump reintroduzir tarifas significativas, como sugerido, o dólar tenderá a fortalecer-se devido à expectativa de uma economia mais isolacionista e protecionista”, considera.
Mercado de ações
Apesar da queda do dólar no cenário internacional, as bolsas dos Estados Unidos tiveram um dia muito positivo, com os três principais índices a registarem uma forte subida. O Dow Jones, no encerramento, subiu 1,25%, para 44 mil pontos. O S&P 500 e o índice Nasdaq registaram subidas de 0,88% e 0,64%, respetivamente, na sessão diária.
No Brasil, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) também fechou no azul, após operar durante grande parte do dia no positivo. Nesta terça-feira (21/1), a bolsa brasileira registrou alta de 0,39%, aos 123.338 pontos, com destaque para as ações dos grandes bancos e varejistas, que lideraram os movimentos do dia. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 0,9%, enquanto as ações da Ambev (ABEV3) e do Magazine (MGLU3) Luiza subiram 1,81% e 0,82%, respectivamente.
Por outro lado, as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) tiveram um dia mais fraco. As ações da petroleira operaram negativamente ao longo desta terça-feira (21) e fecharam com leve alta de 0,03%. Os ativos da Vale tiveram mais um dia de queda, desta vez de 0,5%, apesar da valorização do minério de ferro na China.
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