Zurique – O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, foi um dos palestrantes do primeiro painel do Fórum Econômico Brasileiro LIDE, em Zurique, nesta quinta-feira (23/1). Em seu discurso, Sidney afirmou que “não podemos esperar pela melhoria internacional para mitigar nossos problemas”.
Segundo ele, diante do cenário de incertezas, o Brasil precisa trabalhar para “evitar impactos relevantes nas expectativas sobre a nossa economia” e o país “tem que agir em conjunto” no contexto externo adverso.
“Internamente, já estamos em um momento delicado e frágil devido ao aumento da inflação e à desconfiança, ainda presente, sobre a política fiscal brasileira. Isso contaminou as expectativas dos agentes econômicos e comprometeu o comportamento da taxa de câmbio e das taxas de juros nos últimos meses”, questionou.
“Ou seja, não podemos esperar uma melhora no cenário internacional para mitigar nossos problemas, temos que fechar as brechas de nossas vulnerabilidades. erros na economia”, disse o presidente da Febraban.
Sidney defendeu a união dos setores público e privado para promover uma agenda dura no setor económico e superar choques internos e externos. Ele reconheceu os passos dados pelo Congresso Nacional e destacou que “o Brasil precisa voltar a ter o selo de grau de investimento, buscar a confiança dos investidores” para que o país possa atrair investidores e facilitar a conduta do Banco Central.
Ainda sobre o cenário econômico brasileiro, o presidente da Febraban fez sugestões como: reduzir fortemente as regras de indexação de despesas no Brasil, descontinuar políticas públicas ineficientes e avançar em outras reformas administrativas.
O mundo
O presidente começou analisando o cenário mundial e afirmou que o Brasil não pode entrar no caos vivido hoje. “Temos visto um aumento do populismo, da instabilidade política nas democracias maduras, e este é um cenário que tem gerado mais insatisfação social, parece que isso ganhou força depois da pandemia, com a inflação subindo em todo o mundo”, disse. Sidney continuou afirmando que “tudo para ter cuidado com a inflação não é suficiente”.
O banqueiro alertou sobre o nacionalismo e o populismo juntos e como esta combinação inspira cautela, como visto no Canadá, Alemanha e França. Do lado económico, destacou a grande dívida dos países, a inflação e as altas taxas de juro, que podem levar ao proteccionismo comercial, que segundo o orador, pode ser disfarçado como uma política de segurança nacional. Sidney também mencionou a crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, além das políticas anti-imigração.
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