Crédito cresceu acima do esperado em 2024, diz economista-chefe do Itaú

Zurique – Em participação no Fórum Econômico Brasileiro, em Zurique, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, destacou o resultado inesperado da oferta de crédito no Brasil em 2024. Segundo Mesquita, o resultado veio da concorrência no setor bancário.

“O ano passado foi um ano surpreendente, um ano em que o crédito cresceu muito mais do que esperávamos, num ritmo muito mais forte do que prevíamos, temos uma conjectura que isso foi liderado pelo aumento da concorrência no sector bancário”, explicou.

O economista-chefe do Itaú Unibanco destacou a diferença na oferta de crédito entre bancos antigos e novos e o público-alvo. “Os novos bancos estão a apostar mais agressivamente no crédito individual e os bancos maiores e mais consolidados estão a investir em modalidades de crédito mais sofisticadas, que oferecem mais garantias e também contribuem para garantir o principado, e aqui refiro-me especificamente à habitação e aos veículos”, ele diferenciou.

Outros fatores também contribuíram para o excelente cenário para 2024, como destacou Mesquita, que alertou para o cenário de aumento dos juros. “Com isso vocês tiveram um grande crescimento do crédito, o desemprego super baixo para os padrões brasileiros também ajudou na expansão do crédito, mas as coisas estão mudando. subiu muito e tende a subir ainda mais e isso vai acabar impactando”, projetou.

Ele destacou que o aumento das taxas de juros será um fator que reduzirá a oferta de crédito. “Mesmo com a contração dos juros, tivemos esse crescimento. Os juros são um empecilho, mas a concorrência ajudou a levar à expansão do crédito. tende a subir então, isso é sinal amarelo”, avaliou.

Apesar do sinal amarelo, o economista-chefe do Itaú Unibanco afirma que é um período normal do ciclo econômico. “Não estamos vendo nenhuma crise de ciclo, há um momento de aceleração. Se o crédito crescesse ininterruptamente no ritmo que cresceu no ano passado, aí sim, estaríamos contraindo um ciclo à frente. arrumação, é normal no meio econômico”, avaliou.

Por fim, Mesquita afirma que 2024 foi um dos melhores anos na emissão de títulos corporativos de renda fixa devido ao cenário e acredita que 2025 será um cenário com menos crédito, mas sem risco de uma parada brusca. “Um ambiente de menor crescimento do crédito, algum momento de inadimplência, mas como parte normal, as pessoas perguntam: haverá uma parada repentina no crédito?” Não parece ser o caso. Não é um ambiente tão exuberante como no ano passado, mas é um ambiente corretivo que consideramos saudável”, assegurou.