O delegado Sérgio Mori, da Divisão de Crimes Financeiros da Polícia Federal, afirmou, nesta quarta-feira (5), que nos últimos 20 anos, desde que trabalha na corporação, o crime de contrabando mudou, adotou novas estratégias e gerou maiores desafios para autoridades. Ele destacou que não só mudaram as formas de contrabando de produtos pelas fronteiras brasileiras, mas também os itens visados pelos criminosos.
“Quando entrei para a polícia, o maior contrabando era o combustível vindo da Venezuela. Hoje isso mudou. Fala-se de vinho vindo da Argentina, de azeite vindo do Uruguai e da própria Argentina”, destacou. As declarações foram feitas durante o Fórum CB: Impacto da Reforma Tributária na Economia e na Segurança Pública, realizado pelo Correio. a Uma das ações mais importantes para combater este tipo de prática é a “descapitalização” das atividades ilegais.
“A melhor forma de proteger a concorrência legal é aumentar os custos do crime. O contrabando é movido pelo desejo de lucro. Portanto, qualquer custo adicional que atribuímos a esta modalidade, estamos a favorecer a concorrência legal”, acrescentou Sérgio. “Descapitalização” é o ato de dificultar e aumentar os custos para a prática de crimes, como, por exemplo, ampliar a fiscalização das dívidas do país, pois os produtos apreendidos, além de serem retirados de circulação, causam prejuízos ao crime organizado .
Assista ao vídeo abaixo:
O delegado destacou, como exemplo, o contrabando de cigarros, um dos itens que estão no centro do foco das atividades ilegais. “A descapitalização, por exemplo, é uma forma de combate. Em 2020 foram poucas as apreensões de cigarros ilegais.
Mori destacou que, ao contrário de outros crimes, como o tráfico de drogas e a pornografia infantil, o contrabando encontra maior “aceitação” na sociedade. No entanto, considerou que por trás destas práticas estão organizações criminosas violentas que dominam territórios.
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