O Cerrado é um dos biomas brasileiros com maior degradação. Com taxas de desmatamento superiores às da Amazônia, são necessários mecanismos de preservação para tentar recuperar as áreas perdidas. No entendimento do gerente ambiental da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Marcos Lara, a Área de Proteção Permanente (APP) é uma das formas de auxiliar no processo de restauração ambiental — que ou seja, recuperar a área desmatada com vegetação nativa.
Antes de qualquer licenciamento ambiental, o produtor rural deve restaurar, se necessário, áreas que protejam córregos, rios e nascentes.“ Se detectarmos uma área degradada em uma APP, que esteja no bioma Cerrado, qualquer pessoa interessada em fazer qualquer tipo de licença ou outorga, primeiro tem que restaurar a área”, diz Marcos.
Além da proteção legal, o projeto Reflorestar, parceria entre a Emater e a Secretaria de Agricultura (Seagri), tem como objetivo o plantio de mudas de plantas específicas do Cerrado. “O produtor interessado em recuperar sua área degradada pode entrar em contato com um técnico da Emater, que analisará a necessidade e a quantidade de mudas nativas do Cerrado que deverão ser plantadas”, explica o gestor.
As mudas disponibilizadas pelo projeto variam de acordo com cada área a que são destinadas. “Existem algumas espécies que são mais específicas da fitofisionomia específica de onde está a degradação. É aí que entra a Emater”, acrescenta o gestor.
Veja a entrevista completa:
Enchentes no Rio Grande do Sul e a importância da preservação ambiental
O caso das enchentes no Rio Grande do Sul revela a urgência da questão ambiental no país. “A intervenção humana através da construção de infraestruturas evita a infiltração de água. Temos que fazer projetos de drenagem que filtrem essa água”, reforça o convidado.
Lara acrescenta que o caso do Sul explica o problema dos grandes conglomerados urbanos: a falta de locais para infiltração de água. “A água é canalizada para o córrego, que recebe essa grande quantidade de água suja e acaba assoreando os rios. Se o fundo do leito do rio estiver cheio de terra e terra, o volume de água que o rio suporta transborda, formando enchentes”, disse o gestor.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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