Por Pedro José*
A inteligência artificial (IA) avança todos os dias numa nova revolução tecnológica na qual os gigantes estabelecidos estão a perder terreno. É o caso da Apple, que domina o mercado global desde o lançamento do iPhone, em 2007, e foi a primeira empresa a atingir valor de mercado acima de US$ 1 trilhão em 2023. Mas agora, a Nvidia, que atingiu US$ 2 trilhões. trilhão, em fevereiro deste ano, e já está atrás da empresa criada por Steve Jobs e Steve Wozniak, como a segunda empresa mais valiosa do mundo.
No início deste mês, a Nvidia ultrapassou a Apple como a segunda maior capitalização de mercado do mundo, atingindo US$ 3 trilhões em valor de mercado. E, na sexta-feira (15), a empresa californiana atingiu valor de US$ 3,244 trilhões, 165% acima do registrado no final de 2023 na Nasdaq, bolsa norte-americana de empresas de tecnologia. O valor é muito próximo ao da Apple, de US$ 3,258 trilhões, que registrou valorização de 8,82% no ano.
Grandes empresas do setor tecnológico investem pesadamente em IA. A OpenAI, avaliada em US$ 86 bilhões, levantou US$ 34,7 bilhões em financiamento, com a Microsoft contribuindo com quase um terço desse valor. Não à toa, a empresa fundada por Bill Gates voltou a ocupar a posição de empresa mais valiosa do mundo e, na sexta-feira, valia 3,289 trilhões de dólares, um aumento de 17,69% em relação ao valor do final de 2023. Também são avançando neste mercado a Antrópico, avaliada em US$ 18,4 bilhões, arrecadou US$ 7,7 bilhões, com a Amazon anunciando acordo para investir até US$ 4 bilhões na empresa. Essas empresas têm algo em comum: utilizam processadores Nvidia em pesquisas e servidores para aprimorar essa nova tecnologia.
Os setores que podem ser afetados pelo recente avanço da IA são todos os que podem ser “digitalizados”, como bancos de dados, livros, planilhas e formulários, segundo Euclides Lourenço Chuma, professor e pesquisador do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) . “Até mesmo sistemas de sensores que captam informações do mundo real e levam para o mundo virtual (microfones, câmeras etc.). Praticamente tudo que tem um padrão pode ser revolucionado pela IA”, afirma.
Sediada em Santa Clara, Califórnia (EUA), a Nvidia foi fundada em 1993 pelos empresários Chris Malachowsky, Curtis Priem e pelo atual CEO, Jensen Huang, nascido em Taiwan e com cidadania norte-americana. A empresa passou a comercializar hardware para jogos de computador com foco em 3D, as chamadas placas de vídeo, que são responsáveis pelo processamento das imagens geradas na tela.
Esses processadores são chamados de GPUs (unidades de processamento gráfico), ao contrário das CPUs (unidade central de processamento) que são responsáveis pelo funcionamento do sistema operacional, algo como o cérebro do computador baseado em alguns núcleos poderosos e complexos que realizam processos em sequência e são produzidos em massa por grandes marcas, como Intel e AMD. No caso das GPUs, os núcleos são simples e em grande quantidade, pois para produzir uma imagem, cada pixel da tela deve ser processado ao mesmo tempo.
Redes neurais
Os processadores de IA trabalham com redes neurais artificiais, que são modelos computacionais inspirados no sistema nervoso central, capazes de aprender a partir do reconhecimento de padrões. Para que esse aprendizado funcione, ocorrem diversos cálculos que precisam ser lidos e enviados pela máquina em paralelo. É por isso que as GPUs executam bem esse processo.
Essa tecnologia não é exclusiva da Nvidia e está presente em chips de diversos fabricantes de Taiwan, local que domina a produção de microprocessadores no planeta. Porém, em 2006, o CEO Jesen Huang anunciou uma nova tecnologia exclusiva chamada Unified Computing Device Architecture (Cuda) que estaria presente em todas as placas de vídeo produzidas pela empresa. “Os núcleos Cuda permitem usar GPUs para realizar cálculos além do processamento de vídeo, por exemplo, para inteligência artificial.
Cuda cria uma camada intermediária entre o chip GPU e o programa, permitindo que os aplicativos utilizem os recursos de paralelismo da placa gráfica para uma variedade de aplicações além do vídeo”, explica o pesquisador Euclides Lourenço Chuma, membro sênior do IEEE. , estamos lidando com bilhões de informações interagindo muito rapidamente. Portanto, essas redes tornam-se extremamente complexas para aplicações reais”, explica.
É por isso que a tecnologia Nvidia domina o mercado atual. Em 2016, por exemplo, a empresa vendeu os primeiros servidores DGX, diferentes das GPUs convencionais, especializados para essas tarefas de IA, para a OpenAI, que serviu de base para a criação do GPT Chat.
No último ano, 2023, a Nvidia vendeu 3,76 milhões de GPUs para servidores, o que significa 98% de todo o mercado. No mesmo período, a empresa registrou lucro de US$ 12,2 bilhões. O valor é 779% superior ao valor de 2022. Jensen Huang prevê que a inteligência artificial substituirá as placas gráficas pessoais nos próximos cinco a dez anos. Atualmente, a tecnologia DLSS (Deep Learning Supersampling) já é capaz de renderizar metade dos frames de um jogo. Esta abordagem híbrida demonstra como a IA pode otimizar o desempenho gráfico, melhorando a qualidade visual em GPUs ainda mais fracas.
Segundo o empresário, em cinco anos estaremos na metade da curva, num ponto em que as transições acontecem em tempo real. Ele acredita que, no futuro, os processadores estarão totalmente focados em IA que pode gerar frames na tela em tempo real.
*Estagiário sob supervisão de Rosana Hessel
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com