Magda Chambriard assume, nesta quarta-feira (19/6), o comando da Petrobras, em cerimônia no Rio de Janeiro que contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A nova gestão deverá focar na reposição das reservas de petróleo da estatal, na descarbonização da indústria e nas fontes de energia renováveis.
A troca de comando se consolida pouco mais de um mês após a demissão de Jean Paul Prates por divergências com o Palácio do Planalto. A expectativa do governo é que a nova gestão esteja mais próxima da equipe econômica e da visão do palácio em relação ao papel da Petrobras.
Carioca, Magda Chambriard é formada em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-graduação em engenharia química. Ingressou na Petrobras na década de 1980 como estagiária.
O assessor direto de Chambriard, Olavo Bentes David, informou ontem que a nova gestão será baseada em um plano baseado em três pilares de prioridades. Ao participar do Energy Summit — evento do setor energético que acontece esta semana, no Rio de Janeiro —, David reforçou que o primeiro pilar é a reposição das reservas de petróleo da estatal por meio de esforços exploratórios. As outras são a descarbonização dos processos industriais e a inclusão de fontes de energia renováveis no portfólio da estatal.
Ao explicar a opção de aumentar a produção de petróleo, o conselheiro disse que “uma transição energética justa não pode ser alcançada sem a participação dos derivados fósseis, especialmente do gás natural”. Segundo ele, a reposição das reservas de petróleo é “fundamental para a segurança energética, principalmente após 2030, quando a produção atingir o pico nas grandes acumulações do pré-sal”.
A explicação vai ao encontro de declarações da nova presidente que, na primeira coletiva de imprensa após a nomeação, defendeu a expansão das fronteiras petrolíferas, especialmente da Margem Equatorial do Amazonas e da Bacia de Pelotas, no litoral do Rio Grande do Sul. Esta semana do ano passado, foram definidos três nomes para as diretorias executivas: Renata Baruzzi (Engenharia, Tecnologia e Inovação); Sylvia dos Anjos (Exploração e Produção) e Fernando Melgarejo (Finanças e Relações com Investidores).
Tanques de óleo
A gestão do novo presidente da Petrobras já começa com um obstáculo. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) convocaram para quinta-feira (20/6) a Lei Nacional em Defesa dos Participantes do Petros (fundo de pensão da empresa), perante a Assembleia da estatal. sede, no Rio, onde será realizada uma vigília para exigir o cumprimento das propostas defendidas pela categoria.
A principal reivindicação dos funcionários é uma solução para os planos de previdência da Petros. Segundo eles, essas equações impactaram o contracheque dos aposentados e demais beneficiários, além de reduzir a participação dos trabalhadores no direito de eleger dirigentes.
“A campanha é pressionar a Petrobras para trazer à mesa de negociação uma proposta digna, uma proposta que realmente ponha fim às equações”, afirmou Adaedson Costa, secretário-geral da FNP.
*Estagiário sob supervisão de Vinicius Doria
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