O mercado de seguros é fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil e tem atraído cada vez mais empresas estrangeiras para o país e alavancado empresas nacionais para operarem fora dos limites regionais. Parte relevante da economia do país passa pelos fundos e reservas das seguradoras, que aplicam esses recursos em títulos de renda fixa ou os alocam em outras áreas do sistema financeiro, o que contribui para o fluxo de capital interno.
Análise realizada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg) estima que até o final de 2024 a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) nacional chegará a 6,2%, com ligeiro aumento de 0,1 ponto percentual em relação a 2023 A mesma projeção indica que este mercado deverá apresentar crescimento de 11,7% neste ano, em relação ao período anterior. Somente no primeiro trimestre deste ano, a demanda por seguros registrou crescimento de 13,7%, e ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 100 bilhões em prêmios de seguros, contribuições para planos de previdência e receitas de títulos de capitalização nos três primeiros meses do ano. ano.
(foto: Pacífico)
O maior aumento foi registrado pelas contribuições dos planos de previdência aberta, que totalizaram mais de R$ 46 bilhões no período, um aumento de 20,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. As receitas de seguros de danos e responsabilidade civil cresceram 6,3% no mesmo período e geraram R$ 31 bilhões em prêmios. Seguros de pessoas e títulos de capitalização geraram R$ 17,1 bilhões e R$ 7,4 bilhões, respectivamente. Nos três primeiros meses do ano, o setor pagou mais de R$ 56,9 bilhões em remunerações, benefícios, resgates e sorteios, o que representa um volume 5% menor em relação ao mesmo período de 2023. Na comparação por segmento, apenas a capitalização registrou o maior aumento nos pagamentos de sinistros, indenizações, benefícios, resgates e sorteios, com aumento de 18,5% no primeiro trimestre deste ano. Todos os demais registraram quedas significativas nesse valor, com destaque para pagamentos de indenizações de seguros de responsabilidade civil (-67,8%), contra riscos financeiros (-45,7%) e seguros rurais (-14,9%).
Crescimento
O avanço do mercado segurador no Brasil, evidenciado pelos números do setor, é resultado de uma adaptação das » RAPHAEL PATI empresas e reguladores ao século XXI. Desde a virada do milênio, o setor passou por diversas transformações, além de atrair uma proporção muito maior de clientes entre a população adulta do país. O diretor de Supervisão Prudencial e Resseguros da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Carlos Queiroz, explica que, nesse período, o mercado passou a apresentar receitas superiores ao crescimento do PIB, o que evidencia a adaptação do setor ao sistema financeiro nacional. e as especificidades do modelo brasileiro. Ele afirma que a Susep vê, com muito otimismo, uma tendência de continuidade desse crescimento.
“O mercado de seguros no Brasil, na virada do século 20 para o século 21, era um mercado muito incipiente. Começou então um desenvolvimento muito importante, com o amadurecimento das nossas empresas e também com o início de uma mudança de cultura da nossa sociedade relativamente à importância dos seguros, à importância das pensões complementares, nos vários aspectos da vida das pessoas. “, ele explica.
Segundo o diretor, o mercado de seguros no Brasil tem espaço para dobrar de tamanho. Em 2023, gerou R$ 380 bilhões e tem possibilidade de acumular mais R$ 400 bilhões. Nos últimos três anos, informa Queiroz, dez novas empresas passaram a atuar no mercado, que hoje conta com 135 seguradoras em todo o território nacional. “Nosso mercado tem potencial para mais que dobrar sua presença na economia nacional. Vemos isso na prática, com a entrada de novos participantes, de novos players, tanto de capital nacional quanto estrangeiro, que estão criando no Brasil uma imensa oportunidade de participação no segmento de seguros”, acrescenta Queiroz.
Oportunidades
Num ambiente favorável ao crescimento, as empresas estrangeiras veem oportunidades para expandir seus negócios em terras brasileiras. O presidente da Allianz Seguros, Eduardo Folch, afirma que tem observado um aumento na procura por diversos tipos de seguros, além dos planos de automóveis, que já são tradicionais no setor. A empresa atua no país há mais de 100 anos. Para o empresário, os seguros residenciais, assim como os de Vida, Empresariais, Transportes, Rurais e Grandes Riscos, têm estado cada vez mais presentes na rotina dos brasileiros.
Para ele, isso se deve a uma busca maior por segurança financeira. Folch acrescenta que tanto indivíduos como empresas provavelmente adquirirão seguros como uma ferramenta para proteger vidas e propriedades. “No caso do seguro de Vida, a sociedade hoje entende que ele vai além de um produto a ser acionado em caso de falecimento do seu titular. Na verdade, funciona como um instrumento de proteção financeira tanto para o segurado quanto para sua família, em diversos tipos de situações que possam interferir na manutenção do seu padrão de vida”, afirma o presidente da Allianz Seguros.
Desafio com IA
Para o CEO de negócios da Mapfre, Oscar Celada, os desafios do uso de novas tecnologias são cada vez maiores e exigem que as empresas se adaptem às novas demandas do mercado brasileiro. Neste contexto, a Inteligência Artificial é uma aliada para melhorar o mercado. “A IA pode ajudar a identificar padrões e automatizar processos, agilizando o atendimento e melhorando a experiência do cliente como um todo. Além disso, a IA é uma ferramenta poderosa na detecção de fraudes, tornando os processos mais seguros e evitando perda de receita para as seguradoras”, afirma Celada. A Mapfre atua no Brasil desde 1992.
Na opinião de Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica – empresa nacional que atua no mercado desde 1895 – o Brasil ainda é um país pouco penetrado em proteções pessoais, em comparação com outros países mais desenvolvidos. Dados recentes da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenaseg) indicam que apenas 15% da população brasileira possui seguro de vida. “No entanto, acreditamos que esse número deva aumentar consideravelmente à medida que observamos um conjunto de fatores que indicam que o mercado de seguros de vida no Brasil pode se expandir”, destaca o diretor. Acrescenta ainda que, após a pandemia de covid-19, houve uma maior consciencialização sobre a importância dos seguros de vida, por exemplo.
Previdência privada: reforço para aposentadoria
Compre a casa própria, faça a viagem dos seus sonhos ou garanta maior estabilidade financeira durante a aposentadoria. Seja qual for o motivo, os planos de previdência privada podem ser boas opções de investimento para quem tem renda maior e não quer depender apenas dos benefícios de aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dados da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) mostram que, atualmente, 11 milhões de brasileiros possuem planos de previdência privada abertos, o que representa cerca de 9% de toda a população adulta do país.
Desse total, 8,8 milhões adquiriram planos individuais, enquanto o restante possui plano coletivo. No total, são 14 milhões de planos contratados, segundo a entidade. Para complementar a aposentadoria e garantir maior patrimônio no futuro, a agrônoma Maria Eduarda Matos, de 24 anos, aderiu ao plano de previdência privada da empresa onde trabalha. O que chamou a atenção de Duda foi o incentivo dado aos funcionários para aderirem ao plano da empresa, que acrescenta um valor igual ao depositado pelo trabalhador a cada transferência automática.
“Este é um grande incentivo para que os funcionários contribuam para a seguridade social, além de ser bom também para a esfera pessoal. Se você for demitido ou deixar o emprego, você tem uma reserva financeira protegida e também pensa no futuro, principalmente nas questões trabalhistas”, avalia o agrônomo. Existem dois tipos de planos de previdência privada: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) — mais indicado para quem apresenta a declaração de Imposto de Renda (IR) completa — e o Plano Gerador de Benefício Livre (VGBL), recomendado para quem o faz. não será necessário acertar contas com o Leão ou utilizar o modelo simplificado para fazer a declaração.
No caso do PGBL, este plano permite que o valor aplicado seja deduzido em até 12% do lucro tributável bruto que o contribuinte recebeu no ano anterior. Por isso, é voltado para trabalhadores com rendimentos mais elevados e que têm muitos gastos com saúde, educação, alimentação, entre outros. Já no VGBL, o imposto incide apenas sobre os rendimentos de aplicações financeiras e não oferece o benefício de dedução na base de cálculo do IR.
Benefícios
Para o especialista em finanças e diretor da Valorum Empresarial, Marcos Sarmento Melo, as principais vantagens da previdência privada são: a regularidade dos depósitos na reserva pessoal, o benefício fiscal e a facilidade de planejamento financeiro no longo prazo. Apesar disso, ele explica que o melhor é ter em mente quais são os objetivos do interessado na hora de contribuir.
“Os planos de previdência são ótimos para quem pretende ter uma renda vitalícia a partir de uma data mais distante, depois de quinze anos, por exemplo, ou se pretende acumular uma quantia maior de dinheiro para gastar em algo específico, como um propriedade, grandes viagens, transferência de maior volume de recursos para crianças e outras finalidades”, explica Melo. A planejadora financeira pessoal da Libratta, Gabriela Vale, também considera que é preciso ficar atento à rentabilidade do produto ao longo do tempo, acompanhando o saldo a cada 6 meses, no mínimo. “Rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. E lembre-se que existe a possibilidade de portabilidade caso haja outra previdência, em outra instituição, com perspectiva melhor”, ressalta.
Servidores
Além da diferença entre VGBL e PGBL, os planos de previdência privada também podem ser classificados como abertos ou fechados. No primeiro caso, qualquer cidadão adulto pode adquirir o produto, independentemente de estar ou não vinculado a uma determinada empresa — atendendo às exigências específicas de cada instituição — e isso pode ser feito no balcão de uma agência bancária, por exemplo. As previdências fechadas são voltadas para públicos específicos, geralmente trabalhadores de uma determinada empresa que possui um plano só para eles.
Um dos casos mais conhecidos é o dos servidores públicos. Na esfera federal, a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais atua nas categorias de servidores do Poder Judiciário (Funpresp-Jud) e dos Poderes Executivo e Legislativo (Funpresp-Exe). O diretor-presidente da Funpresp, Cícero Dias, explica que qualquer empregado dessas categorias, que receba acima do teto do regime geral — que atualmente gira em torno de R$ 7,7 mil — pode ingressar na Funpresp com direito à contribuição patronal.
“Para cada real que o empregado coloca (no fundo), o Sindicato, como empregador, coloca na sua conta individual de previdência complementar”, explica. Além dessa vantagem, o servidor que aderir à Funpresp também consegue descontar o valor do plano no Imposto de Renda. “Então, ou seja, ele economiza em impostos quando contribui. Dessa forma, parte da contribuição que ele faz para a Funpresp vem desse imposto que ele deixa de pagar”, acrescenta o diretor.
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