São Paulo – O celular é o instrumento mais utilizado pelas pessoas físicas para realizar transações financeiras e o ritmo de crescimento na utilização desse canal está acelerado, especialmente pela expansão do uso do Pix. Este é um dos destaques da segunda etapa da 32ª edição da Pesquisa de Tecnologia Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quarta-feira (26/6), pela entidade, durante a edição 2024 do Febraban Tech, em São Paulo .
Segundo dados da pesquisa Febraban, realizada em parceria com a consultoria Deloitte, as transações bancárias aumentaram 19% entre 2022 e 2023, totalizando 186 bilhões, com destaque para o mobile banking, que cresceu 22% no mesmo período, para 130 bilhões de transações. No acumulado de cinco anos, o salto nessas operações gerais foi de 116% frente aos 86,3 bilhões registrados em 2019. E, no mesmo período, o volume de operações via Banco móvel registou um aumento de 251%, ou seja, mais do que triplicou.
“Esse avanço reflete a preferência dos consumidores por esse canal, sendo que sete em cada 10 transações são realizadas por meio de dispositivos móveis”, destacou o relatório apresentado por Rodrigo Mulinari, Diretor de Tecnologia do Banco do Brasil. Segundo ele, o Pix é o meio de pagamento que mais tem ajudado a impulsionar o uso do Banco móvel. “Esse canal deve continuar crescendo e trazendo novos usuários por meio do Pix, mas a oferta de serviços dos bancos também cresce”, explicou. Segundo Mulinari, nos últimos cinco anos, apenas as transações envolvendo transações financeiras por meio de Banco móvel mais do que quintuplicaram, atingindo 25,8 mil milhões, 449% acima do volume de 2019, de 4,7 mil milhões.
“Além disso, a praticidade e comodidade oferecidas pelos dispositivos móveis fazem com que sejam preferidos pelos clientes e, por usuários pesados, o acesso às plataformas bancárias ocorre pouco mais de uma vez por dia”, destacou Mulinari. Ele relatou que o número de usuários cadastrados no Pix, meio de pagamento que se popularizou entre os brasileiros, aumentou 16% entre 2022 e 2023. E o grande número de operações são realizadas por usuários pesados — pessoa física que faz mais de 30 Pix por mês —, que passou de 38% para 45% no mesmo período. “O Pix exige uma infraestrutura tecnológica que ainda não permite que o cheque seja utilizado por algumas pessoas e em algumas regiões”, acrescentou o executivo.
O volume de transações bancárias mais que dobrou nos últimos cinco anos, saltando de 86,3 bilhões em 2019, para 186 bilhões em 2023. E o principal impulsionador desse crescimento foi a popularização do canal móvelcujas transações cresceram 3,5 vezes no mesmo período e hoje respondem por 70% de todas as interações.
Além disso, vale destacar o aumento significativo das transações financeiras em Banco móvel, que mais que quintuplicou nos últimos cinco anos. Enquanto, em 2019, 4,7 mil milhões de transações realizadas através deste canal envolveram a transferência de recursos, correspondendo a cerca de 13% das transações, atualmente, 25,8 mil milhões de transações realizadas no mobile são financeiras. Estes dados destacam não só a transformação digital do setor financeiro, mas também a crescente confiança e adoção dos consumidores no canal bancário móvel. Enquanto isso, os meios de pagamento tradicionais que caíram em desuso, como caixas eletrônicos (ATM), DOC e cheques, registram queda na utilização.
Segundo a pesquisa, os canais digitais representam 79% do total de transações em 2023. Em 2016, esse percentual era de 52%. Enquanto isso, os caixas eletrônicos, no mesmo período, passaram de 35% para 7%. As agências bancárias, responsáveis pela comercialização do maior volume de seguros oferecidos pelos bancos, mantiveram sua participação entre 14% e 15% no mesmo período.
A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária foi apresentada em duas etapas. Na primeira, ele indicou o aumento dos investimentos das instituições financeiras, que devem totalizar R$ 47,5 bilhões, um aumento de 21,8% sobre os valores investidos em 2023.
Feira histórica
A Febraban Tech é a maior feira de tecnologia e inovação do setor financeiro nacional e internacional. A edição deste ano promete ser histórica, segundo os organizadores. O evento ocupa 19,7 mil m2 de área construída no Transamérica Expo Center — um aumento de mais de 50% em relação ao ano passado.
A área expositiva aumentou 20%, atingindo 6.630 m².
No total, serão 226 áreas de exposição, muito mais que as 188 de 2023. Além da IA responsável, o Open Finance, o Pix e a visão de futuro dos bancos na garantia da cibersegurança são alguns dos temas do evento. O público esperado é de 16 mil pessoas por dia, totalizando 58 mil visitantes nos três dias de evento. Em 2023, a média foi de 15 mil visitantes diários.
*O jornalista viajou a convite da Febraban
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