Em mais uma queda, na comparação trimestral, a taxa de desemprego no Brasil entre maiores de 13 anos atingiu o menor valor para o período desde maio de 2014. No trimestre móvel encerrado no mês passado (março-abril-maio), a proporção do número de brasileiros que trabalham nessa faixa etária caiu 0,7 ponto percentual (pp), para 7,1%, conforme indica a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28/6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano passado, a taxa também registrou queda, desta vez ainda maior, de 1,2 p.p., já que, na época, esse patamar ainda era de 8,3%. Para a coordenadora das pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, o cenário de queda do desemprego no país é resultado direto da expansão dos empregados, tanto no segmento formal quanto no informal.
“Isto mostra que diversas atividades económicas têm registado uma tendência de aumento dos seus contingentes. Além disso, há um fator sazonal no crescimento do conjunto de atividades administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, avalia o especialista.
A população desocupada, que é aquela que não tinha trabalho, mas procurava emprego, também diminuiu em ambas as comparações. Em relação ao trimestre móvel encerrado em fevereiro, a queda foi de 8,8%, enquanto na comparação anual a taxa caiu 13,0%. Com isso, o IBGE estima que 7,8 milhões de pessoas estejam atualmente em busca de trabalho. É o menor número registrado desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.
Na avaliação do economista da Tendências Consultoria, Lucas Assis, a expectativa é que a taxa de desemprego continue em níveis mais baixos até o final de 2024. “Isso se deve tanto ao desincentivo à busca efetiva por emprego, gerado pelo aquecimento do próprio mercado. do trabalho, aumento dos benefícios sociais e pensões vinculados ao salário mínimo, e pagamento de precatórios, além da evolução demográfica, ao aumentar o percentual de pessoas em faixas etárias mais altas, nas quais a taxa de participação é menor”, avalia.
Diante disso, a pesquisa revela também que o número de brasileiros ocupados na faixa etária pesquisada atingiu novo recorde desde o início da série histórica, em 2012. Com aumento de 1,1% no período, a Pnad mostrou que 101,3 milhões de pessoas trabalhou em algum tipo de profissão no país em maio.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 3%. Apesar de não apresentar crescimento significativo em relação ao trimestre anterior, o rendimento médio real cresceu 5,6% na comparação anual e atingiu R$ 3.181 em maio.
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