O 5G, quinta geração de redes móveis, completou dois anos de operação no Brasil no último sábado (7/6). Desde a sua chegada, o país testemunhou mudanças significativas em diversos setores. Baseado nas faixas de frequência de 3,5 GHz (GigaHertz), o 5G está presente em 589 cidades, incluindo todas as capitais.
Em novembro de 2021, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou o leilão de frequências 5G, que marcou o início de uma nova fase da conectividade. A capital federal, Brasília, foi a primeira cidade do país a receber o sinal 5G das operadoras vencedoras do leilão. Desde então, a Anatel tem autorizado gradativamente a implantação dessa tecnologia em outras capitais e, posteriormente, em quadras de municípios, seguindo o cronograma estabelecido no edital.
Em apenas dois anos de operação em Brasília, o Distrito Federal já conta com 915.897 acessos 5G, segundo os dados mais recentes da Anatel, que são de maio de 2024. Isso significa que quase 25% de todos os acessos móveis do DF (totalizando 3.863.617) agora são 5G. Esse índice é o mais alto do país. O Brasil totaliza 27,9 milhões de acessos.
O 5G funciona em frequências mais altas que o 4G ou 3G, o que possibilita trabalhar com maiores larguras de banda para comunicação, o que torna o desempenho superior às tecnologias anteriores, explica Bruno Lima, doutor em engenharia elétrica e professor da Faculdade Impacta Tecnologia. “5G é outra tecnologia, é uma evolução do 4G, então tem antenas diferentes. O tamanho da antena e o padrão da antena de transmissão da operadora influenciam a frequência e definem a frequência de comunicação. E para que o celular receba sinais e envie sinais nessas ondas, ele precisa ter outra antena compatível com a mesma frequência. Então, celulares mais novos já possuem essa antena acoplada e podem se comunicar em 5G. Celulares antigos não têm essa antena, não conseguem se comunicar na frequência”, destaca o professor.
Fabrício Polido, advogado e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, explica que os vencedores dos leilões têm obrigações legais com o estado para garantir que as metas sejam alcançadas. “As operadoras devem garantir a cobertura de áreas específicas, a implementação de infraestruturas em escolas e autoestradas e a qualidade/estabilidade e latência da ligação. Além da segurança das redes e dos dados dos utilizadores conectados, implementar medidas de proteção contra ataques cibernéticos e fugas de dados”, conclui. .
O cronograma da Anatel prevê obrigações de cobertura para 5G até julho de 2030, aumentando gradativamente o número de cidades atendidas com a tecnologia e antenas instaladas. A meta é ter todas as cidades brasileiras atendidas nesse período.
Apesar do ritmo acelerado do 5G, as operadoras ainda enfrentam desafios na expansão, um deles é a atualização das leis de antenas pelos municípios. Levantamento do Conecte 5G mostra que menos de 10% dos municípios brasileiros possuem leis de antenas que atendem à legislação federal.
O Grupo de Acompanhamento de Custos de Projetos de Conectividade Escolar (Gape) desenvolve projetos de conectividade em escolas públicas para cumprir as obrigações do edital 5G da Anatel. Na primeira fase de execução do edital, a Entidade Administrativa da Conectividade Escolar (EACE) implementou o projeto piloto de conectividade em 177 escolas do ensino básico. A segunda fase envolveu a fiscalização de 2.316 escolas e foi concluída em agosto de 2023, atualmente a fase 3 prevê 5.170 instituições de ensino no total. O objetivo do governo é implementar a tecnologia 5G para aumentar a velocidade e a qualidade da conexão dos alunos do ensino público.
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