Após o Conselho Eleitoral Venezuelano anunciar a vitória de Nicolás Maduro nas eleições, ele fez um discurso diante de centenas de apoiadores no palácio presidencial de Miraflores, em Caraca, na madrugada desta segunda-feira (29/7).
“Posso dizer diante do povo da Venezuela e do mundo: sou Nicolás Maduro Moros, reeleito presidente da República Bolivariana da Venezuela. Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito pela lei”, disse ele.
O presidente também defendeu o sistema eleitoral venezuelano. “O sistema eleitoral venezuelano tem um nível de segurança muito elevado. Foram 16 auditorias. Diga-me, em que países há auditorias?”, questionou Maduro.
Ele também afirmou que o sistema eleitoral sofreu um “ataque hacker”. “Foi um ataque massivo ao sistema de transmissão da CNE (Conselho Eleitoral), porque os demônios não queriam que o resultado fosse publicado hoje. Sabemos de onde veio, quem mandou. disse Maduro, sem apresentar provas.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela informou que Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do candidato da oposição, Edmundo González.
Reação internacional
Os países expressaram dúvidas sobre a transparência das eleições presidenciais na Venezuela, enquanto apenas alguns aliados declararam apoio irrestrito a Maduro. O Brasil ainda não se pronunciou sobre o resultado eleitoral.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, manifestou “grave preocupação” com a possibilidade de o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não refletir a vontade do povo. Ele pediu uma contagem de votos “justa e transparente”.
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu uma “contagem completa dos votos, verificação independente e auditoria” para “eliminar qualquer dúvida sobre os resultados”.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou à Venezuela para garantir “total transparência no processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação”.
O presidente chileno, Gabriel Boric, disse que os resultados anunciados eram “difíceis de acreditar” e exigiu “total transparência das atas e do processo”, e que observadores internacionais “não comprometidos com o governo confirmem a veracidade dos resultados”.
A China, que mantém laços estreitos com a Venezuela, felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição e afirmou estar “disposta a enriquecer a associação estratégica” com o país latino-americano.
O presidente russo, Vladimir Putin, também parabenizou Maduro. O Presidente da Bolívia, Luis Arce, comemorou que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”, ao mesmo tempo que destacou a “vontade de continuar a fortalecer os nossos laços de amizade”.
Com informações da AFP
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