Após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dando vitória ao presidente Nicolás Maduro Nas eleições deste domingo (28/7), alguns presidentes de esquerda, como Bolívia e Honduras, parabenizaram Maduro, enquanto outros chefes de Estado criticaram a lisura do processo.
Os líderes da Colômbia e do México, todos de esquerda e com laços históricos com o chavismo, não comentaram diretamente o resultado — contestado pela oposição — até a publicação deste relatório.
Na terça-feira (30/1), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, exigiu a publicação dos registros eleitorais.
“É normal que haja briga. Como você resolve essa briga? Apresente a ata. Se a ata contiver dúvidas entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai aguardar na Justiça o processo. E haverá será uma decisão que temos que cumprir”, disse o presidente em entrevista a uma emissora de TV.
“Quando a ata for apresentada e se confirmar que a ata é verdadeira, todos temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, continuou Lula.
Anteriormente, o Itamaraty havia afirmado que o governo brasileiro aguarda “a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral dos dados desagregados por tabela de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados eleitorais”.
A nota publicada nesta segunda-feira diz que o governo brasileiro “saúda o caráter pacífico do dia eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha de perto o processo de apuração”, além de reafirmar “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”. .
O presidente do Chile, Gabriel Boric, um esquerdista mas crítico de Maduro, disse que não reconhecerá “qualquer resultado que não seja verificável”.
“O regime de Maduro deve compreender que estes resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das minutas do processo, e que os observadores internacionais não comprometidos com o governo atestam a veracidade dos resultados”, escreveu Boric na rede social X.
De Tóquio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que seu país tinha “sérias preocupações” com o resultado anunciado.
Blinken disse que os EUA estão preocupados com o fato de o resultado não refletir nem a vontade nem os votos dos venezuelanos.
“É essencial que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente, que as autoridades eleitorais partilhem imediatamente a informação com a oposição e os observadores independentes (…). A comunidade internacional está a observar isto de perto e responderá em conformidade”, disse Blinken.
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse: “O povo da Venezuela votou no futuro do seu país pacificamente e em grande número. A sua vontade deve ser respeitada. Garantir total transparência no processo eleitoral, incluindo na contagem de votos e no acesso aos registos de votação nos locais de votação é vital.”
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, de direita, chamou o processo eleitoral venezuelano de “fraudado” e disse que “não se pode reconhecer um triunfo se não confiar na forma dos mecanismos utilizados para alcançá-lo”.
A conta oficial da presidência costarriquenha emitiu um comunicado nas primeiras horas da manhã repudiando “categoricamente” o resultado das eleições venezuelanas, consideradas “fraudulentas”.
O Peru também criticou as eleições venezuelanas. O chanceler peruano, Javier Gonzalez-Olaechea, disse condenar “a soma de irregularidades com a intenção de cometer fraudes por parte do governo venezuelano”. O Peru convocou o embaixador venezuelano para consultas.

O presidente da Guatemala, Bernardo Arevalo, disse que a Venezuela “merece resultados transparentes e precisos que atendam aos desejos de seu povo”.
“Recebemos os resultados anunciados pela CNE com muitas dúvidas. É por isso que as missões de observação eleitoral são essenciais e hoje mais do que nunca precisam defender o voto venezuelano”.
O governo venezuelano reagiu às críticas. Um comunicado do Itamaraty divulgado pelo ministro Yvan Gil afirma que a Venezuela denunciou e alertou o mundo sobre “uma operação de intervenção contra o processo eleitoral”.

Aliados de Maduro comemoram
Maduro também recebeu saudações de aliados. O presidente Luis Alberto Arce, da Bolívia, destacou o “partido democrático” e a “vontade do povo”.
Xiomara Castro de Zelaya, presidente de Honduras, parabenizou o presidente.
O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, comemorou o resultado eleitoral e parabenizou Maduro.
“Nicolas Maduro, meu irmão, a sua vitória, que pertence ao povo bolivariano e chavista, derrotou de forma limpa e inequívoca a oposição pró-imperialismo. [relativo à doutrina Monroe, que prega ação americana na América Latina]”, disse o presidente cubano.
“O povo falou e a revolução venceu.”
O ex-presidente Raúl Castro ligou para Maduro para parabenizá-lo, segundo o gabinete de Diaz-Canel.
O presidente Vladimir Putin, da Rússia, destacou a importância da “parceria estratégica” entre os dois países e acrescentou que Maduro será sempre “um convidado bem-vindo em solo russo”.
Brasil, Colômbia e México
Os analistas, porém, chamaram a atenção para o papel crucial desempenhado pelo Brasil, Colômbia e México e destacaram a decisão dos líderes de não se manifestarem num primeiro momento.
Gustavo Petro não havia comentado os resultados até a publicação deste texto.
No entanto, Petro publicou uma mensagem nesta sexta-feira (26/10) afirmando que a Venezuela “toma decisões democráticas” e que “qualquer que seja a sua vontade, ela será respeitada pelo meu governo”.
O Ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse: “Depois de manter contato permanente com todos os atores políticos envolvidos nas eleições presidenciais (…) consideramos essencial que as vozes de todos os setores sejam ouvidas. É importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados apelamos à contagem total dos votos, à sua verificação e a uma auditoria independente o mais rapidamente possível.”
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