Um crime contra o patrimônio cultural e religioso de Minas Gerais está mais próximo de ser solucionado, com a prisão dos suspeitos. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou, nesta quarta-feira (21), que William Cardona Silva foi preso em Bogotá, na Colômbia, acusado do roubo, no dia 10 de novembro, de um terço de ouro do Rosário Beneditino, no Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, na Região Central do estado. Duas pessoas acusadas de participação no crime já foram presas e apenas um integrante da quadrilha continua foragido. A mulher é procurada pelas forças de segurança nacionais e internacionais.
O anúncio da prisão de William foi feito nesta terça-feira ao procurador Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público Criminal (Caocrim), pela delegada federal Fátima Barsalo, que representa a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em Minas.
Segundo Souza Miranda, o MPMG vai pedir a extradição de William Cardona para o Brasil, onde ele enfrenta diversas outras acusações e é investigado por roubo milionário em joalheria de shopping de Boa Vista, em Roraima.
Alerta vermelho
Segundo o comunicado, policiais de Bogotá prenderam o cidadão colombiano William Cardona Silva em alerta vermelho da Interpol pelos crimes de roubo e associação criminosa. A prisão foi feita pela polícia da jurisdição do bairro “La Pepita”, através de um plano de solicitação de antecedentes e registro das pessoas.
Os acusados apresentavam o alerta vermelho da Interpol desde 30 de maio de 2024, sendo exigido pelas autoridades judiciárias de Ouro Preto. Já está à disposição da Diretoria de Assuntos Internacionais da Procuradoria-Geral da República.
Além de William, os outros réus são Ingrid Lorena Ceron Rincon, Miller Daniel Hortua Laverde (ambos presos) e Carol Viviana Pineda Rojas, que está foragia. A prisão preventiva de William, Miller e Carol já havia sido decretada pela Justiça, e Ingrid Lorena foi presa em cumprimento de mandado em 17 de novembro de 2023, no âmbito da Operação Relicário.
História da invasão
No dia 10 de novembro de 2023, William Cardona e os demais réus, utilizando ferramentas, entraram no Museu de Arte Sacra da Matriz do Pilar, no Centro Histórico de Ouro Preto, e roubaram um terço de ouro do Rosário Beneditino, então exposto no local .
As investigações iniciais apontaram que, antes de roubar a peça sacra do museu, localizada no subsolo da Basílica Nossa Senhora do Pilar, um casal, entre os quatro suspeitos de cometer o crime, estava em uma tradicional joalheria do Centro Histórico de Ouro Preto, segundo registro da câmera de segurança do estabelecimento. No ato, quarta-feira (8/11/2023), às 12h30, o casal, de braços dados, age com naturalidade, como se fossem turistas visitando a primeira cidade brasileira reconhecida como Patrimônio da Humanidade.
O roubo do bem tombado ocorreu no ano que marcou o cinquentenário da invasão e roubo do museu localizado no subsolo da igreja barroca, um dos ícones da primeira cidade brasileira (1980) reconhecida como Patrimônio da Humanidade . Na madrugada do dia 2 de setembro de 1973, ladrões levaram 17 peças sagradas, incluindo um acervo composto por custódia e três cálices de prata folheados a ouro, de origem portuguesa, utilizados no Triunfo Eucarístico, em 1733, a maior festa religiosa da história colonial. Brasil.
Os objetos de fé continuam sendo procurados pelo MPMG e estão entre os bens cadastrados na plataforma virtual Somdar (somdar@mpmg.mg.br). Quase 51 anos depois, ainda não há vestígios das peças levadas pelos ladrões.
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