Chrystul Kizer, um americano de 24 anos, foi condenado a 11 anos de prisão pelo assassinato de Randall Volar. O crime ocorreu em 2018, quando o homem tinha 34 anos e a mulher 17. Volar teria abusado da jovem e praticado tráfico sexual contra ela.
Ela atirou na cabeça do homem, queimou sua casa e roubou seu carro, segundo informações da Associated Press. Kizer foi inicialmente acusado de vários crimes, incluindo homicídio doloso em primeiro grau, incêndio criminoso, roubo de carro e porte de arma de fogo. A jovem, que é negra, diz ter sido traficada sexualmente pelo homem, que era branco, desde os 16 anos. Na época do assassinato, ela tinha 17 anos.
Conforme relatado por Correio de Nova YorkKizer era filha de uma mãe solteira que lutou para criar seus quatro filhos. A família acabou morando em um abrigo para moradores de rua. Em 2016, pensando em ajudar a mãe e os irmãos e ter dinheiro para alimentação e material escolar, a menina colocou um anúncio em um site conhecido pela exploração sexual.
Volar logo entrou em contato, dando diversos presentes e refeições para a menina, que passou a ter relações sexuais com ele. Em pouco tempo, ela disse que ele começou a levá-la a hotéis para fazer sexo com outros homens. Ele esperou por ela do lado de fora e insistiu que ela lhe desse o dinheiro, chamando a si mesmo de “treinador de acompanhantes”.
Na versão de Kizer, uma noite em que ele quis fazer sexo e ela o rejeitou, ela disse que caiu no chão e ele pulou em cima dela, tentando arrancar suas roupas. A jovem atirou duas vezes na cabeça dele e depois, segundo a polícia, ateou fogo no corpo. Segundo a CNN, ela teria viajado para a casa de Volar após contar ao namorado que iria atirar nele porque estava cansada de ser tocada por ele.
O caso está em destaque desde 2018 e houve uma petição para retirar as acusações contra a jovem, que reuniu mais de um milhão e meio de assinaturas.
Quatro meses antes de sua morte, Volar foi preso depois que outra jovem ligou para a polícia alegando que ele a havia drogado e ameaçado matá-la. Os agentes revistaram a casa do homem e encontraram centenas de vídeos de abuso sexual, sendo a maioria das vítimas meninas negras que pareciam menores de idade. Chrystul Kizer estava entre os rostos registrados nas imagens. Mesmo assim, Volar foi libertado sem fiança no mesmo dia, enquanto se aguarda a investigação.
Em 2022, o Supremo Tribunal de Wisconsin, no condado onde Kizer estava a ser julgado, aprovou uma lei que isenta as vítimas de tráfico de responsabilidade criminal por crimes cometidos como resultado direto da sua situação. Com isso, Kizer ganhou o direito de apresentar provas em julgamento de que os crimes de que foi acusada foram resultado direto da violência que sofreu.
A americana afirma que a morte foi resultado de legítima defesa, mas em maio deste ano ela se declarou culpada de uma acusação reduzida de homicídio culposo, afirmam documentos judiciais.
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