O governo talibã no Afeganistão emitiu 35 novos regulamentos que reduzem ainda mais os direitos das mulheres. A partir de agora, elas não poderão falar em público, suas vozes serão proibidas fora de casa, proibindo-as de participar de recitais e apresentações, e as escolas não aceitarão meninas com mais de 12 anos. é o Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício.
As novas regras foram ratificadas pelo líder supremo do país, Haibatullah Akhundzada. As normas afectam uma população de pouco mais de 41 milhões, mas acima de tudo, 22 milhões de mulheres. As medidas ocorrem no momento em que o Taleban comemora o terceiro aniversário de seu retorno ao poder. Desde então, tem aplicado a lei islâmica de forma ultraestrita e restringido severamente as liberdades das mulheres.
Face às medidas, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lamentou a decisão e viu com “preocupação” a adoção das novas normas. Mas garantiu que a ONU continuará a colaborar com o Afeganistão. “(A ONU) continuará a cooperar com todas as partes interessadas no Afeganistão, incluindo (o governo Taliban)”, disse ele, apelando ao governo “para abrir mais caminhos para a cooperação diplomática”.
O governo Talibã, por sua vez, reagiu, afirmando que continuará interagindo com a ONU. “Acreditamos na importância e eficácia das interações (…), a única forma (…) de encontrar soluções para os problemas”, afirmou, no sábado, o porta-voz adjunto do governo, Hamdullah Fitrat. “O Emirado Islâmico é a favor de interações positivas com países e organizações internacionais de acordo com a sharia (lei) islâmica”, acrescentou.
Nos dias que antecederam o anúncio das novas regras, dezenas de mulheres afegãs participaram num movimento de protesto na Internet com vídeos em que aparecem a cantar e mostram apenas parte do rosto”, disse uma das ativistas. As medidas adotadas visam “promover a virtude e prevenir o vício”, afirmando que está alinhada com a sharia, lei islâmica.
No Afeganistão, mulheres e homens não estão autorizados a olhar para pessoas do sexo oposto que não sejam familiares próximos. Os taxistas não podem transportar mulheres viajantes sem um “mahram”, acompanhante que deve ser um parente do sexo masculino.
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