Em questão de minutos, o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) da Venezuela acatou o pedido do Ministério Público e emitiu, por volta das 19h15 (20h15 em Brasília) desta segunda-feira (2/9), a ordem de prisão contra o líder da oposição Edmundo González Urrutia, que se autoproclamou vencedor das eleições de 28 de julho. “O tribunal de primeira instância em funções de controlo a nível nacional concorda com a ordem de detenção contra Edmundo González Urrutia por crimes graves”, escreveu o Ministério Público na sua conta de Instagram, minutos depois de anunciar que solicitou a detenção.
O Ministério Público venezuelano, chefiado por Tarek William Saab, acusou Edmundo González dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, formação de quadrilha, sabotagem e danos a sistemas e associação para a prática do crime.
González Urrutia, 75 anos, foi intimado a prestar depoimento perante o MP em três ocasiões. Ele não compareceu a nenhum deles, embora o terceiro tenha coincidido com um apagão nacional na última sexta-feira, 30 de agosto. O diplomata – escondido desde 30 de julho – argumentou que o órgão agia como um “acusador político”, o que o sujeitaria a uma processo “sem garantias de independência e devido processo”.
Maduro pediu que González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado, também escondidos, fossem presos. O presidente os responsabiliza por atos de violência em manifestações pós-eleitorais que resultaram em 27 mortes — duas delas militares —, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.
Insurreição
Tarek William Saab anunciou uma investigação criminal contra ambos os homens por “incitamento à insurreição” militar, na sequência de um apelo aos militares para reconhecerem a vitória de González Urrutia. Até o fechamento desta edição não havia informações sobre o paradeiro de Edmundo González.
Professor de ciência política da Universidade Central da Venezuela (UCV), José Vicente Carrasquero Aumaitre classificou o pedido de prisão de Edmundo González como “a crônica de uma morte anunciada”. “O facto de não ter respondido aos repetidos apelos do Ministério Público abriu caminho ao pedido e ordem para a sua captura. A liderança do regime de Nicolás Maduro quer fazer todo o possível para tirar Edmundo do jogo e pressionar pedir asilo a uma embaixada ou deixar a Venezuela”, explicou Correspondência.
Para Aumaitre, Maduro está tentando prender alguém que ganhou as eleições presidenciais. “O pedido do Ministério Público é bastante questionável. Acusaram Edmundo González de usurpar funções de publicação das atas de contagem, que não foram divulgadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Afirmaram então que as atas foram falsificadas”, afirmou. O estudioso da UCV entende que, ao citar os crimes de sabotagem e danos ao sistema no pedido de prisão, o regime de Maduro acusa Edmundo González do apagão nacional de 30 de julho. “É todo um aparato montado para justificar a prisão do candidato e presidente eleito da Venezuela”, acrescentou.
Aumaitre vê o comportamento de um “Estado terrorista”. “O objetivo é continuar a assustar toda a liderança da oposição e todas as pessoas que votaram em González Urrutia. Insisto que me parece uma tentativa de forçar a fuga do país. para Maduro permanecer no poder”, comentou. Ele fez questão de rotular a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “vergonhosa”. “Lula fez declarações nas quais parecia entender que Maduro não venceria as eleições. Posições ambivalentes não ajudam a causa venezuelana”.
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