O ONG Eu Tambémde combate ao assédio sexual, anunciou nesta quinta-feira (08/05) que recebeu denúncias contra o ministro do Direitos humanosSílvio Almeida.
“A organização que defende as mulheres vítimas de violência sexualMe Too Brasil, confirma, com consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Sílvio AlmeidaDireitos humanos. Eles foram atendidos pelos canais de atendimento da organização e receberam apoio psicológico e jurídico”, afirma a ONG em nota à imprensa.
Silvio Almeida negou as acusações e pediu à Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República que investigassem o caso.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo feitas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e respeito que tenho por minha esposa e minha querida filha de 1 ano, em meio à luta que travo , diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, disse o ministro, que, além de divulgar uma nota, publicou um vídeo nas redes sociais se defendendo das acusações.
O Palácio do Planalto informou que a Comissão de Ética da Presidência decidiu abrir investigação sobre o caso.
“O ministro foi chamado na noite de quinta-feira para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao procurador-geral da União, Jorge Messias, em razão das denúncias publicadas pela imprensa contra ele”, disse o Planalto, em nota.
“O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que exigem situações de possível violência contra a mulher.”
O que se sabe sobre as acusações
A notícia de que mulheres denunciaram Silvio Almeida por assédio sexual foi publicada primeiramente pelo site Metrópoles e posteriormente confirmada pela ONG Me Too.
Os autores da denúncia solicitaram anonimato. Na nota divulgada à imprensa, o Me Too disse que as vítimas tiveram dificuldade em “validar as suas denúncias” e, por isso, decidiram tornar o caso público.
“Como acontece frequentemente nos casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, estas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para validar as suas denúncias. Como resultado, autorizaram a confirmação do caso à imprensa”.
Segundo o site Metrópoles, todos os episódios teriam ocorrido no ano passado. O portal informou ainda que uma das vítimas do assédio sexual seria a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.
O ministro ainda não se pronunciou sobre o caso. Mas a primeira-dama, Janja, postou no Instagram uma foto beijando Anielle na testa, o que está sendo interpretado como um sinal de apoio.
O que se sabe sobre as acusações
Silvio Almeida reagiu primeiro com uma nota e depois com a divulgação de um vídeo em suas redes sociais com conteúdo semelhante, negando as acusações e dizendo que exigirá responsabilização de quem fez a denúncia.
“Confesso que é muito triste vivenciar tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir a nossa existência, imputando a mim a conduta que praticam. a agenda dos direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, afirmou.
Ele chamou as acusações de mentiras sem provas, pediu uma investigação cuidadosa e vinculou o que chamou de “difamações caluniosas” ao fato de ser negro.
“Toda e qualquer denúncia deve ser apurada com todo o rigor da lei, mas para isso é preciso que os fatos sejam expostos para serem investigados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas”, afirmou.
“Tais difamações não corresponderão à realidade. Segundo movimentos recentes, é evidente que existe uma campanha para afetar a minha imagem de homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. grupo de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de opiniões partidárias.”
Silvio Almeida finalizou seu depoimento dizendo que sempre “lutará pela verdadeira emancipação da mulher”.
“Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Lutarei sempre pela verdadeira emancipação das mulheres e continuarei lutando pelo seu futuro. Os falsos defensores do povo querem destituir aqueles que os representam. Eles estão tentando apagar minha história com meu sacrifício”, disse ela.
O que eu também diz
Após a publicação das reportagens no site Metrópoles, a ONG Me Too confirmou a existência de denúncias contra Silvio Almeida e afirmou que está prestando apoio psicológico e jurídico às vítimas.
A organização não deu detalhes sobre os autores da denúncia, mas explicou que tiveram dificuldades em validar institucionalmente as acusações.
“As vítimas de violência sexual, especialmente quando os perpetradores são figuras poderosas ou influentes, muitas vezes enfrentam obstáculos para obter apoio e para que as suas vozes sejam ouvidas. Por isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer apoio incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder dos acusados”, afirmou a ONG.
Segundo a Me Too, “denunciar é o primeiro passo para responsabilizar legalmente o agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente da sua posição social, económica ou política”.
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