Presidente iraniano, Ebrahim Raisi morto em um acidente de helicóptero no domingo (19/5), não era a figura mais poderosa do Irã – este papel cabe ao líder supremo Ali Khamenei.
Entenda abaixo como o estrutura de poder do país.
Quais são os poderes do líder supremo?
A figura mais poderosa do Irão é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país desde 1989.
Ele é chefe de estado e comandante-em-chefe. Ele tem autoridade sobre a polícia nacional e a polícia da moralidade.
O Aiatolá Khamenei também controla o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), responsável pela segurança interna, e a sua ala voluntária, a Força de Resistência Basij. Os Basij reprimiram repetidamente a dissidência no Irão.
Qual é o poder do presidente?
O presidente Ebrahim Raisi ocupou o cargo eleito mais alto e o segundo na hierarquia, atrás do líder supremo.
O presidente é responsável pela gestão quotidiana do governo e tem influência significativa sobre a política interna e as relações externas.
Contudo, os seus poderes são relativamente limitados – especialmente em questões de segurança.
O Ministério do Interior do presidente dirige a força policial nacional. No entanto, o seu comandante é nomeado pelo líder supremo e reporta-se diretamente a ele.
O mesmo se aplica ao comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e ao Basij.
Os poderes do presidente também podem ser contrabalançados pelo parlamento, que introduz novas leis. Por sua vez, o Conselho Guardião – que contém aliados próximos do líder supremo – tem a tarefa de aprovar novas leis e pode vetá-las.
O que é a polícia da moralidade?
A polícia da moralidade – ou Patrulhas de Orientação – faz parte da polícia nacional.
A força foi criada em 2005 para defender a moral islâmica e as leis sobre vestuário “adequado”, que foram introduzidas após a Revolução Islâmica de 1979.
Estima-se que os seus 7.000 agentes — homens e mulheres — tenham o poder de emitir advertências, impor multas ou prender suspeitos.
Raisi, considerado um presidente linha-dura, introduziu várias novas medidas para garantir o cumprimento das regras do hijab.
Foram introduzidas câmaras de vigilância para ajudar a detectar mulheres com véu, e foi criada uma pena de prisão obrigatória para pessoas que se opõem às regras do hijab nas redes sociais.
O que são os Guardas Revolucionários?
A Guarda Revolucionária é a principal organização do Irão para a manutenção da segurança interna.
Foram criados após a revolução para defender o sistema islâmico do país.
A Guarda é hoje uma importante força militar, política e económica no Irão, com mais de 150.000 soldados. Tem as suas próprias forças terrestres, marinha e aérea, e supervisiona as armas estratégicas do Irão.
Eles têm um braço estrangeiro chamado Força Quds, que fornece secretamente dinheiro, armas, tecnologia e treino a aliados em todo o Médio Oriente.
Os Guardas também controlam a Força de Resistência Basij.
O que é Basij?
A Força de Resistência Basij, formalmente conhecida como Organização para a Mobilização dos Oprimidos, foi formada em 1979 como uma organização paramilitar voluntária.
Possui filiais em todas as províncias e cidades do Irã e em muitas das instituições oficiais do país.
Os seus homens e mulheres, chamados “Basijis”, são leais à revolução e estão sob as ordens da Guarda Revolucionária.
Acredita-se que a força tenha cerca de 100 mil pessoas que desempenham funções de segurança interna.
O Basij tem estado fortemente envolvido na repressão dos protestos antigovernamentais desde as disputadas eleições presidenciais de 2009.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br