Depois de uma longa disputa com o Supremo Tribunal Federal (STF)X decidiu cumprir todas as decisões do Tribunal, segundo o novo advogado nomeado para representar a empresa processualmente.
“A empresa decidiu cumprir todas as ordens judiciais”, disse o cientista criminal Sérgio Rosenthal à BBC News Brasil. “Isso também será esclarecido ao ministro. E, inicialmente, o importante é regularizar a situação da empresa no Brasil”, afirmou.
Na sexta-feira (20/9), a defesa informou ao STF que a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição será a representante legal de X no Brasil.
Na quarta-feira (18/9), a empresa havia enviado petição ao STF nomeando dois advogados como seus representantes processuais, André Zonaro Giacchetta e Sérgio Rosenthal.
Porém, como a representação legal da empresa não foi mencionada na petição da época, Moraes considerou que não houve regularidade na constituição dos dois advogados e deu à empresa até a noite de sexta-feira para nomear representação legal no país.
A defesa informou nesta sexta-feira ao STF que a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, que já representou a empresa, será a nova representação legal no Brasil.
Até a noite desta sexta, o STF não havia confirmado a nomeação.
A decisão de Moraes determinou que “seja apresentada prova documental da respectiva Junta Comercial da regular constituição da sociedade, com indicação do seu representante, com amplos poderes, incluindo a nomeação de advogados”. Segundo Rosenthal, os advogados agiram para cumprir a determinação.
Rosenthal enfatizou que ele e André Zonaro Giacchetta atuarão apenas como advogados.
Acesso à rede social no Brasil foi bloqueado após desrespeito da empresa Ordens judiciais do STFincluindo a nomeação de um representante legal e a suspensão dos perfis de bolsonaristas que estariam divulgando, segundo Moraes, discursos extremistas e antidemocráticos.
No entanto, o X voltou a trabalhar no Brasil na quarta-feira com o que os especialistas classificaram como uma manobra para contornar este bloqueio, o que a empresa nega.
Moraes e Anatel dizem que X contornou bloqueio intencionalmente
A decisão que aplica a multa milionária a X foi tomada na quarta-feira (18/9) e vale a partir de quinta-feira (19/9).
Moraes estabeleceu ainda que a multa poderá ser cobrada do StarLinkoutra empresa Almíscar que mantém operações no Brasil, pois X não possui mais escritório no país.
O ministro também determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tome providências imediatas para restabelecer o bloqueio da rede social e informe ao STF em até 24 horas as medidas tomadas.
No dia anterior (18/9), o órgão informou ao Supremo que, segundo informações preliminares, “uma atualização do
Para Moraes, post de Musk em sua rede social comprovaria que o descumprimento do bloqueio foi intencional.
O bilionário escreveu nesta quarta-feira (18/9), em mensagem original em inglês: “Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia”.
“A recalcitrância intencional, ilegal e persistente da plataforma
A Anatel expressou a mesma opinião. O órgão afirmou que a conduta de X demonstrou “intenção deliberada de descumprir ordem do STF”.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicaram que a volta da rede só foi possível graças a uma mudança técnica que teria “contornado” os bloqueios impostos pelos provedores de telefonia e internet no Brasil.
Segundo eles, o X passou a hospedar seu conteúdo em uma rede conhecida como Cloudflare, uma das mais abrangentes do mundo. Com isso, o bloqueio anteriormente realizado pelas operadoras brasileiras não surtiu mais efeito.
Em nota, a Anatel disse que, com o apoio das operadoras de telecomunicações e da Cloudfare, identificou uma forma de garantir que a decisão do STF de bloquear o acesso à rede social fosse novamente cumprida.
“Eventualmente novas tentativas de contornar o bloqueio exigirão que a Agência tome as medidas cabíveis”, disse a Anatel.
A agência refutou assim a afirmação de X de que o regresso da rede social tinha sido “inadvertido e temporário”.
Em nota divulgada após a restauração do acesso se tornar pública, X afirmou que uma mudança no servidor utilizado para hospedar a rede social teria levado à restauração do acesso.
“Quando do serviço para usuários brasileiros”, disse a empresa.
“Embora esperemos que a plataforma se torne inacessível novamente no Brasil em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para devolvê-la ao povo do Brasil muito em breve.”
Bloqueio de perfil no Brasil

Também nesta quinta, algumas das contas que foram alvo de ordem de bloqueio do STF começaram a aparecer como suspensas na rede social.
Entre eles estão os perfis do blogueiro Bolsonaro Allan dos Santos, atualmente foragido nos Estados Unidos, de Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e investigado no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil, e do YouTuber Monark.
Quem tentar acessar essas contas do Brasil é informado que o bloqueio foi realizado “em atendimento a ordem judicial”.
O bloqueio de determinados perfis foi uma das ordens judiciais que a rede social descumpriu, o que a levou a ser bloqueada no país por ordem de Moraes.
A rede social X foi retirada do ar no dia 30 de agosto, dois dias depois de Moraes ordenar que Elon Musk nomeasse um representante legal no Brasil em até 24 horas.
A empresa havia fechado seu escritório no país em reação à determinação de Moraes de bloquear as contas de sete perfis bolsonaristas.
Em seu perfil no X, Elon Musk se pronunciou horas depois atribuindo o fechamento do escritório brasileiro às “exigências de censura” de Moraes.
“A decisão de fechar o escritório
O perfil oficial da X dedicado às relações governamentais publicou nota confirmando o fim da operação no Brasil e divulgando despacho confidencial de Moraes destinado à empresa.
Segundo a nota, o ministro teria ameaçado o representante legal de prisão na noite desta sexta-feira caso a rede social não cumprisse as ordens. “Ele fez isso por ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações”, diz a nota.
Na decisão que levou à suspensão da rede social, Moraes argumentou que Musk e X incentivavam, com seu posicionamento, discursos extremistas e antidemocráticos.
Além disso, estariam a obstruir a justiça ao não cumprirem ordens judiciais, como o bloqueio de contas e a não nomeação de um representante legal no país.
O ministro do STF determinou que a Anatel tome medidas para bloquear a rede.
Pouco depois da decisão, Musk disse que “a liberdade de expressão é a base da democracia e um pseudojuiz não eleito no Brasil está destruindo-a para fins políticos”.
Almíscar X Moraes
A tensão entre o bilionário e o ministro tem aumentado nos últimos meses.
No início de abril, foi publicada uma compilação de trocas de e-mails de funcionários do Twitter sobre decisões judiciais brasileiras envolvendo a rede social entre 2020 e 2022.
Os documentos, revelados pelo jornalista americano Michael Shellenberguer, ficaram conhecidos como Twitter Files Brasil.
Na época, Musk iniciou uma ofensiva pública contra Moraes, acusando-o de censura e ameaçando desconsiderar ordens judiciais.
Moraes então incluiu Musk na investigação das milícias digitais, e também abriu uma nova investigação para apurar se o empresário cometeu crimes de obstrução à justiça, organização criminosa e incitação ao crime.
“A mídia social não é uma terra sem lei; são terra de ninguém”, destacou Moraes na decisão, tomada após o dono do X fazer postagens na rede social que, segundo Moraes, são uma “campanha de desinformação” que instiga “desobediência e obstrução da justiça”.
Além disso, estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para cada perfil de rede social desbloqueado, violando decisão do STF ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na época, Musk chamou Moraes de “ditador brutal” e disse que o ministro está com o presidente Lula “na coleira”.
Vários perfis já foram suspensos ou tiveram a suspensão ordenada desde 2019, quando foi instaurada a investigação das fake news.
Aberta para investigar ataques e fake news envolvendo integrantes do tribunal, a investigação está sob reportagem de Moraes desde 2020, quando ele assumiu o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Entre os alvos dessas investigações estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores.
Alguns dos bolsonaristas que já tiveram suas contas bloqueadas no antigo Twitter são a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-parlamentar Roberto Jefferson e o empresário Luciano Hang.
Durante sua presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre agosto de 2022 e junho deste ano, Moraes também tomou decisões contra usuários de redes sociais com a justificativa de coibir a disseminação de notícias falsas.
As determinações de Moraes nesse sentido suscitaram um debate complexo, tendo em vista que não existe lei que preveja especificamente esse tipo de medida cautelar.
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