O Exército israelense e a milícia radical xiita libanesa Hezbollah trocaram ataques neste sábado, 21, enquanto equipes de resgate faziam buscas nos escombros de um prédio de oito andares destruído em Beirute por um ataque aéreo israelense. Pelo menos 37 pessoas morreram, incluindo três crianças e sete mulheres, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Outras 68 pessoas ficaram feridas.
Dois líderes do Hezbollah também estavam entre os mortos. Este é um dos movimentos mais intensos de Israel contra a milícia libanesa durante a guerra no Médio Oriente que está prestes a completar um ano. Foi também o maior ataque à capital do Líbano desde a última guerra entre Tel-Aviv e o Hezbollah em 2006.
O ataque ao prédio na sexta-feira, dia 20, matou 16 militantes do Hezbollah, incluindo dois oficiais superiores da elite da Força Radwan. Entre eles estão Ibrahim Aqil, chefe das operações militares do Hezbollah, e Ahmed Wahbi, chefe da unidade de treino da milícia radical xiita libanesa.
A Defesa de Israel afirma ter descoberto planos para um ataque com foguetes organizado pelo Hezbollah. E o alerta sobre um possível novo ataque foi feito à população neste sábado, quando o governo estendeu as orientações emergenciais às regiões mais ao sul.
O governo israelita também fechou este sábado o espaço aéreo do norte do país a voos privados. As restrições não se aplicam a voos comerciais, segundo o Exército israelense.
O Hezbollah lançou cerca de 100 foguetes contra o norte de Israel neste sábado, segundo o exército israelense. A polícia israelense disse que os bombardeios causaram danos e iniciaram incêndios, mas ninguém ficou ferido.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) também apontaram que caças israelenses atingiram cerca de 180 alvos do Hezbollah no sul do Líbano nas últimas horas, destruindo milhares de lançadores de foguetes.
Ao longo da semana, houve uma escalada de tensão na região. Desde o ano passado, o Hezbollah tem disparado foguetes contra o norte de Israel em apoio ao Hamas. Nenhum dos lados, porém, partiu para um confronto total.
Mas a troca de ataques ficou mais intensa após a explosão de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah em todo o Líbano na terça-feira, 17, e na quarta-feira, 18, em ação atribuída a Israel. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 19, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que o grupo retaliará Israel e não impedirá os bombardeios no norte do país vizinho. “O inimigo cruzou todas as fronteiras e linhas vermelhas e enfrentará punições severas e justas.”
Assim, novas trocas de ataques são esperadas para este domingo.
Pressão
A pressão sobre o primeiro-ministro israelita, Binyamin Netanyahu, aumenta. Segundo a emissora norte-americana CNN, os manifestantes em Telavive apelam à demissão do primeiro-ministro e à sua substituição por alguém capaz de implementar um acordo para a libertação de reféns detidos pelo grupo terrorista Hamas. Também há manifestações em outras cidades de Israel.
Na frente internacional, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, anunciou que não participará na Assembleia Geral da ONU, que reúne líderes internacionais na terça-feira, e cancelou a sua viagem prevista a Nova Iorque.
Brasil
O governo brasileiro condenou o bombardeio israelense em Beirute.
Num comunicado, o governo afirma estar a acompanhar a escalada das tensões no Médio Oriente com “forte preocupação”. “O Brasil insta as partes envolvidas a exercerem a máxima contenção e a cessarem imediatamente os ataques, que ameaçam levar a região a um conflito em grande escala”, diz o comunicado.
O governo também reafirmou a defesa de um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. O Itamaraty disse estar em contato com brasileiros no Líbano por meio da embaixada brasileira em Beirute. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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