Mistério do sarcófago de Notre Dame chega ao fim

Um mistério que começou a ser desvendado após o incêndio na Catedral de Notre Dame, em 2019, pode ter chegado ao fim. Em março de 2022, escavações preventivas realizadas pela equipe responsável pela restauração do monumento descobriram dois sarcófagos de chumbo. Agora, a identidade dos dois homens enterrados no local pode ter sido resolvida.

A área da igreja onde foram encontrados os sarcófagos era reservada a pessoas influentes, por isso o mistério ganhou ainda mais notoriedade. Ainda em 2022, o mais velho dos dois homens foi identificado graças à inscrição na lápide, que se manteve em bom estado. O túmulo pertence ao cônego, autoridade da Igreja Católica, Antoine de La Porte, que foi sepultado em 1710, aos 83 anos. O próprio La Porte teria pago algumas reformas na catedral e até encomendado pinturas que hoje estão em exibição. o Museu do Louvre.

Quanto ao segundo corpo, o de um homem que morreu entre os 25 e os 40 anos, nem se sabia quando morreu. Após pesquisas, arqueólogos da Universidade de Toulouse descobriram que o homem morreu no século 16, aos 37 anos, vítima de meningite crônica causada por tuberculose.

As evidências levaram a um nome: o do poeta francês Joachim du Bellay, falecido em 1560 e cuja autópsia revelou meningite crônica. Além de corresponder às evidências encontradas, a teoria é reforçada pelo fato de que o túmulo original de du Bellay nunca foi encontrado.

Os pesquisadores também concluíram que o corpo encontrado possivelmente era de alguém que andava a cavalo desde a infância, devido à formação dos ossos pélvicos. Joachim du Bellay era conhecido por suas habilidades de pilotagem desde muito jovem.

Discussões

Mas o mistério continua. Se o lugar sob a igreja era reservado a importantes figuras do clero, como o poeta foi parar ali?

Antes da descoberta, a informação era que du Bellay havia sido enterrado em uma capela lateral de Notre Dame. O poeta teria sido sepultado em área reservada aos membros menores do clero, pois havia sido secretário do cardeal Jean du Bellay, primo de seu pai. Porém, o corpo do escritor não foi encontrado no local onde seu tio estava.

A hipótese de que o corpo pertence ao poeta ainda não é definitiva e deve ser debatida pelos pesquisadores.

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