Bondi Beach, conhecida por suas mansões à beira de penhascos e vistas deslumbrantes do oceano, tornou-se o destino preferido de marcas internacionais que desejam lançar produtos na Austrália.
Recentemente, uma notícia no TikTok anunciou a chegada de uma loja pop-up da Crumbl Cookie, uma famosa rede de padarias americana, ao icônico local à beira-mar de Sydney.
A emoção tomou conta, pois a marca tem uma legião de fãs, mas poucos questionaram a origem dos produtos.
Mas quando os gourmets australianos experimentaram os biscoitos, a controvérsia começou.
Eles descobriram que consumiam biscoitos velhos, vendidos por alguns empresários locais — que não tinham ligação com a Crumbl — e que traziam os biscoitos em malas do Havaí.
Para piorar a situação, os consumidores pagaram 17,50 dólares australianos (R$ 65) por esses biscoitos, que haviam sido transportados no porão de um avião comercial.
O caso gerou intensos debates nas redes sociais, com ameaças de ações judiciais contra os vendedores e críticas a quem se dispunha a pagar um preço tão alto só para ser visto saboreando a última moda gastronômica.
A polêmica também levou o jornal americano Washington Post a escrever uma resenha sobre os biscoitos, classificando-os como “decepcionantes” e “mal assados”.
A saga começou quando uma multidão se reuniu em um shopping em North Bondi, num domingo (20/09), em busca da famosa caixa colorida do Crumbl.
Os consumidores registaram as suas experiências no TikTok, muitas vezes em tempo real, enquanto mordiam os biscoitos endurecidos, reagindo com expressões de desagrado.
Uma vlogger comentou: “(Esse biscoito) é muito ruim… a textura é estranha”, e outra mulher revelou que gastou 150 dólares australianos (R$ 563) em apenas 10 biscoitos, desabafando durante o vídeo.
Após o incidente, o fundador da Crumbl rapidamente usou as redes sociais para esclarecer que a loja pop-up australiana não tinha associação com a empresa.
Tudo isso resultou em uma história confusa, seguida por um pedido de desculpas dos organizadores de Sydney.
Em comunicado, um porta-voz – que não quis revelar seu nome completo – disse que centenas de biscoitos foram comprados durante uma viagem ao Havaí e depois trazidos de volta para a Austrália na bagagem.
Ele disse que todas as ações da loja pop-up – que incluíam o uso de fotografias profissionais dos doces e a imitação da marca Crumbl – eram “legais”.
Além disso, destacou que procuraram cumprir as exigências de armazenamento da Crumbl, que recomenda que os produtos possam ser consumidos em até três dias após a compra, desde que guardados em recipiente hermético.
“Seguimos essas diretrizes. Alguns biscoitos foram aquecidos para melhorar a textura, algo que o Crumbl também faz.”, disse.
“Pedimos desculpas por não atender às expectativas. No entanto, no final das contas, são apenas biscoitos”, acrescentou o porta-voz.
A peculiaridade de um grupo de pessoas “pegar um voo internacional só para comprar biscoitos” não passou despercebida ao especialista em marketing australiano Andrew Hughes, que observa que as táticas de engano não são novidade.
Um exemplo recente que ele mencionou ocorreu quando várias pessoas compraram ingressos para um baile temático da série Bridgerton em Detroit, Michigan.
Porém, em vez de serem recebidos com o glamour, o brilho e a comida sofisticada prometidos pelos organizadores do evento, foram recebidos com macarrão mole, um único violinista e uma dançarina de pole dance.
Para entender como esses golpes virais atraem as pessoas, é crucial analisar as emoções intensas geradas pelo “medo de perder” — ou FOMO, em inglês — diz Hughes.
“Numa era em que a informação se espalha tão rapidamente… as pessoas não querem ficar para trás. Elas agem por impulso em vez de usarem a lógica”, explica.
Não está claro se a loja pop-up que usava a marca Crumbl violou a lei de proteção ao consumidor na Austrália ou se as pessoas afetadas têm justificativa para tomar medidas legais.
No entanto, além de algumas cartas de cessação e desistência, Hughes acredita que é improvável que a marca americana tome outras medidas.
“Eles vão negar. Vão dizer que é ruim. Mas, no final das contas, gera uma boa publicidade, pois aumenta a visibilidade da marca na Austrália”, afirma.
“De repente, pessoas que não conheciam a marca agora estão falando sobre ela”.
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