O famoso explorador Cristóvão Colombo provavelmente era espanhol e judeu, de acordo com um novo estudo genético liderado por cientistas espanhóis que pretendia lançar luz sobre um mistério secular.
Os cientistas acreditam que o explorador, cuja expedição através do Atlântico em 1492 mudou o curso da história mundial, provavelmente nasceu em Europa Ocidentalpossivelmente na cidade de Valência.
Os pesquisadores acreditam que ele escondeu sua identidade judaica ou se converteu catolicismoescapar da perseguição religiosa.
O estudo do DNA contradiz a teoria tradicional, questionada por muitos historiadores, de que o explorador era um italiano de Gênova.
Colombo liderou uma expedição apoiada pelos Reis Católicos de Espanha que procuraram estabelecer uma nova rota para a Ásia – mas em vez disso chegaram às ilhas do Caribe, também conhecidas como Índias Ocidentais, na América Central.
A sua chegada marcou o início de um período de contacto europeu com as Américas, que levaria à conquista e à colonização – e à morte de muitos milhões de povos indígenas devido a doenças e à guerra, e também à escravização de africanos.
Os países discutem há anos sobre as origens do explorador, com muitos reivindicando o explorador como um dos seus.
Existem cerca de 25 teorias conflitantes sobre o local de nascimento de Cristóvão Colombo, incluindo Polônia, Grã-Bretanha, Grécia, Portugal, Hungria e Escandinávia.
Essas novas descobertas são baseadas em mais de duas décadas de pesquisa.
O estudo começou em 2003, quando José Antonio Lorente, professor de Medicina Legal da Universidade de Granada, e o historiador Marcial Castro, exumaram o que se acreditava serem os restos mortais de Colombo, que se encontravam na Catedral de Sevilha.
Colombo morreu na cidade espanhola de Valladolid em 1506, mas desejava ser enterrado na ilha caribenha de Hispaniola. Seus restos mortais foram levados para lá em 1542, mas séculos depois foram transferidos para Cuba antes de finalmente serem enterrados em Sevilha.
Os pesquisadores também coletaram amostras de DNA da tumba e dos ossos do filho de Colombo, Hernando, e do irmão, Diego.
Desde então, os cientistas compararam essas informações genéticas com as de figuras históricas e da família do explorador para tentar desvendar o mistério.
A teoria anteriormente amplamente aceita era que Colombo nasceu em Gênova, Itáliaem 1451, numa família de tecelões.
Mas acredita-se agora que ele nasceu em Espanha – provavelmente em Valência – e era judeu. Os pesquisadores acham que ele escondeu suas origens para evitar perseguições.
Cerca de 300.000 judeus praticantes viviam em Espanha nessa altura, antes de, juntamente com os muçulmanos, terem sido ordenados a converter-se ao catolicismo ou a deixar o país em 1492, ano em que Colombo desembarcou nas Américas.
Ao anunciar os resultados do estudo no documentário DNA de Colombo: sua verdadeira origem (DNA de Colombo: sua verdadeira origem), o professor Lorente disse que eles eram “quase absolutamente confiáveis”.
O programa – que foi transmitido pela emissora nacional espanhola RTVE na noite de sábado – coincidiu com o Dia Nacional da Espanha.
O dia celebra a chegada do explorador às Américas.
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