Depois de mais de 100 anos escondido nas águas geladas da Antártica, o lendário navio Resistência do explorador Ernest Shackleton, que afundou em 1915, foi revelado em extraordinários detalhes em 3D.
Pela primeira vez, podemos ver a embarcação, que está a 3.000 metros de profundidade no Mar de Weddell, como se a água turva tivesse sido drenada.
A digitalização digital, feita a partir de 25 mil imagens em alta resolução, foi realizada quando o navio foi encontrado em 2022.
As imagens foram divulgadas agora como parte de um novo documentário chamado Resistênciaque será exibido nos cinemas.
A equipe analisou cuidadosamente as imagens em busca de pequenos detalhes, cada um contando uma história que liga o passado ao presente.
Na foto abaixo você confere os pratos que a tripulação utilizava nas refeições diárias, deixados espalhados pelo convés.
No seguinte, há uma bota que pode ter pertencido a Frank Wild, o segundo em comando depois de Shackleton.
Talvez o mais extraordinário de tudo seja um sinalizador mencionado nos diários mantidos pela tripulação.

O sinalizador foi disparado por Frank Hurley, o fotógrafo da expedição, quando o navio que abrigava a tripulação se perdeu no gelo.
“Hurley pega este sinalizador e dispara para o ar com uma grande detonação, como uma homenagem ao navio”, explica John Shears, que liderou a expedição que encontrou o Endurance.
“E então, no diário, ele fala sobre deixá-lo no convés. E lá estamos nós. Voltamos mais de 100 anos depois, e lá está o sinalizador, é incrível.”
Uma missão fadada ao fracasso
Ernest Shackleton foi um explorador anglo-irlandês que liderou a Expedição Imperial Transantártica, que se propôs a fazer a primeira travessia terrestre da Antártica.
Mas a missão estava fadada ao fracasso desde o início.
O Endurance encalhou em um bloco de gelo semanas depois de partir da Geórgia do Sul.
A embarcação, com a tripulação a bordo, ficou à deriva durante meses até que finalmente foi dada a ordem de abandonar o navio. E acabou afundando em 21 de novembro de 1915.
Shackleton e os seus homens foram forçados a viajar centenas de quilómetros sobre gelo, terra e mar para alcançarem segurança. Milagrosamente, todos os 27 tripulantes sobreviveram.
Sua extraordinária história foi registrada em seus diários, bem como em fotografias de Frank Hurley, agora coloridas para o documentário Resistência.

O próprio barco permaneceu perdido até 2022.
Sua descoberta foi notícia em todo o mundo – e imagens do Endurance revelaram que ele está incrivelmente preservado nas águas geladas.
O novo modelo 3D foi feito com robôs subaquáticos que mapearam os destroços de todos os ângulos, tirando milhares de fotografias. As imagens foram então reunidas para criar uma cópia digital da embarcação.
Embora os vídeos filmados a esta profundidade possam mostrar apenas partes do Endurance na escuridão, o modelo 3D revela os destroços de 44 metros de comprimento na sua totalidade, da proa à popa.
As imagens registram até mesmo os sulcos esculpidos no sedimento enquanto o navio deslizava até parar no fundo do mar.
A maquete mostra como o navio foi esmagado pelo gelo – os mastros caíram e partes do convés foram destruídas – mas a estrutura em si está praticamente intacta.
Os descendentes de Shackleton dizem que o Endurance nunca será levantado do fundo do mar. E a sua localização, numa das partes mais remotas do planeta, significa que visitar novamente os destroços seria extremamente desafiante.
Mas Nico Vincent, da empresa Deep Ocean Search, que desenvolveu a tecnologia para os escaneamentos, em parceria com a empresa Voyis Imaging e a McGill University, do Canadá, afirma que a réplica digital oferece uma nova forma de estudar a embarcação.
“É absolutamente fabuloso. Os destroços estão quase intactos, como se tivessem afundado ontem”, diz Vincent, que também foi co-líder da expedição.
Ele acredita que o modelo 3D poderia ser usado por cientistas para estudar a vida marinha que colonizou os destroços, para analisar a geologia do fundo do mar e para descobrir novos artefatos.
“Portanto, esta é uma grande oportunidade que podemos oferecer para o futuro.”
As imagens pertencem à Falklands Maritime Heritage Trust, uma ONG com sede em Londres que procura preservar a história marítima das Ilhas Falklands (nome britânico para as Ilhas Malvinas). A organização também financiou e organizou a expedição para encontrar o navio de Shackleton.
O documentário Resistência estreou no Festival de Cinema de Londres em 12 de outubro.
*Com informações adicionais de Kevin Church.
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