Imagens de satélite divulgadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) mostram a extensão do impacto da fortes chuvas e inundações repentinas na região de Valência, em Espanha.
Nesta quinta-feira (31), as autoridades espanholas registraram 158 mortes.
Quase todas as mortes – 155 – foram registadas na região de Valência, com mais duas em Castela-La Mancha e outra, de um britânico, na Andaluzia.
A primeira imagem foi tirada no dia 8 de outubro, e a segunda, na quarta-feira (30/10).
As imagens, captadas pelo satélite Landsat-8 dos Estados Unidos, “ilustram vividamente a escala do desastre”, diz a ESA, e a “transformação dramática da paisagem”.
É possível observar como os rios transbordaram – levando ao desaparecimento da lagoa L’Albufera, localizada numa zona inundada da área metropolitana valenciana.
Catástrofe histórica
Em poucas horas, o equivalente a um ano de chuva em algumas áreas da Comunidade Valenciana, causando grandes inundações que devastaram cidades inteiras, deixando milhares de pessoas isoladas.
As chuvas deixaram cerca de 140 mil pessoas sem energia e causaram o fechamento de muitas estradas.
Em alguns locais, foram registrados até 445,4 litros de precipitação por metro quadrado.
As chuvas, que chegaram acompanhadas de fortes ventos e tornados, foram causadas por um fenômeno meteorológico conhecido localmente como Depressão Isolada de Alto Nível (Dana, na sigla em espanhol), que afetou grande área do sul e leste do país.
O termo Dana começou a ser utilizado pelos meteorologistas espanhóis há algumas décadas para diferenciar o fenômeno da chamada “gota fria”, expressão mais genérica que costuma ser utilizada para se referir a qualquer situação de chuva intensa e abundante, principalmente no Costa mediterrânea da Península. Ibérica durante o outono. Entenda o fenômeno neste relatório.
Dada a dimensão da tragédia, considerada uma das catástrofes naturais mais graves da história recente de Espanha, foram declarados três dias de luto no país europeu.
Os residentes de Valência descreveram cenas de “pesadelo”, com um deles dizendo à BBC: “Todos conhecemos alguém que morreu”.
Os serviços de resgate e centenas de soldados estão trabalhando sem parar para encontrar os que ainda estão desaparecidos nas enchentes, embora as autoridades espanholas afirmem que ainda não está claro quantas pessoas estão desaparecidas.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, exorta as pessoas a ficarem em casa e disse que o governo ajudará Valência “durante o tempo que for necessário”.
O ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, disse que os serviços ferroviários que ligam Madrid a Valência podem ser suspensos por até três semanas devido à extensão dos danos.
O rei Felipe VI afirma que a emergência “ainda não acabou”.
Mais chuva está a caminho e espera-se que caia em áreas já afetadas pelas inundações e em outras regiões espanholas.
A agência meteorológica estatal, Aemet, emitiu o seu nível de alerta mais elevado para a província de Castellón, onde poderão cair 180 mm de chuva, e um alerta laranja para a cidade de Tarragona, mais a norte, na região da Catalunha.
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