Homens armados mataram pelo menos oito pessoas e sequestraram outras 150 no centro da Nigéria, informaram autoridades locais do país, que sofre ataques frequentes desse tipo, nesta segunda-feira (27/5).
O ataque ocorreu na noite de sexta-feira na aldeia de Kuchi, no estado do Níger, quando agressores em motocicletas mataram oito pessoas e “sequestraram cerca de 150 moradores”, disse ele. AFP o presidente do governo local, Aminu Najume.
“Cada moto transportava três homens”, disse ele, acrescentando que “nenhuma ajuda chegou durante o ataque de três horas”.
Uma fonte das Nações Unidas confirmou o número, enquanto a agência de ajuda nigeriana relatou “mais de 100 pessoas raptadas”.
É difícil avaliar com precisão o número de pessoas raptadas neste tipo de ataque, pois a população local por vezes esconde-se durante vários dias para escapar a assassinatos e raptos.
Os raptos em massa para obtenção de resgate são comuns nos estados do noroeste, centro e nordeste da Nigéria, onde gangues fortemente armadas atacam frequentemente aldeias isoladas.
A organização jihadista Boko Haram e o seu rival, o Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP), também realizam sequestros em massa na Nigéria, principalmente no nordeste, embora tenham expandido gradualmente as operações para o noroeste e centro.
O estado central do Níger sofre ataques de grupos criminosos há anos.
Estas organizações têm origem em conflitos entre pastores e agricultores, acusados pelos primeiros de destruírem as terras com o seu gado.
Os confrontos aumentaram ao longo dos anos, especialmente em áreas onde há pouca autoridade estatal.
Na Nigéria, os grupos criminosos são motivados pelo desejo de lucro, mas os especialistas alertam para uma aliança com os jihadistas do norte, cuja insurreição dura mais de 15 anos e já deixou mais de 40 mil mortos até à data.
Falha de segurança
Dez anos depois de o Boko Haram ter capturado mais de 200 estudantes em Chibok, no nordeste da Nigéria, o país enfrenta um ressurgimento de raptos em massa.
Alguns especialistas atribuem o problema à crise económica que assola o país.
O presidente, Bola Ahmed Tinubu, no poder há um ano, prometeu resolver a questão da insegurança. Mas segundo Aminu Najume, as forças nigerianas não conseguiram pôr fim a este tipo de ataque.
“Esses assassinos geralmente vêm do estado vizinho de Kaduna para cometer seus crimes no estado do Níger e depois partir novamente”, disse ele à AFP.
“Eles chegam às centenas, sem que o pessoal de segurança os veja, e quando os moradores locais os alertam sobre o perigo, eles não fazem nada”, acrescentou.
A ONG Amnistia Internacional informou domingo na rede social X que o último ataque foi “mais uma prova” da “total incapacidade das autoridades nigerianas em proteger vidas”.
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