O França vive mais um capítulo de turbulência política, nesta quarta-feira (12/04), com a queda do primeiro-ministro Michel Barnier.
O Parlamento decidiu aprovar um voto de censura a Barnier, que usou poderes especiais para aprovar, na segunda-feira (12/02), o orçamento da seguridade social sem debate.
O clima de instabilidade política e económica no país preocupa não só os cidadãos do país, mas toda a Europa.
Tradicionalmente, França e Alemanha são vistos como o “motor” do União Europeia (UE). Mas a Alemanha também está a atravessar uma crise interna – em Fevereiro, realizam-se eleições gerais antecipadas, após o colapso da sua coligação governamental.
Estes conflitos internos enfraquecem a UE como um todo.
A ausência de uma liderança forte no bloco surge num momento crítico da geopolítica global.
Com a França e a Alemanha enfraquecidas e com o surgimento de mais líderes autoritários e simpatizantes da Rússia na Hungria, na Eslováquia e na Roménia, a União Europeia pode estar sob ameaça.
Perda de força militar
O primeiro impacto da crise política francesa está relacionado com o poder militar da União Europeia.
Como irá a Europa manter a sua postura de força e unidade face a uma Rússia expansionista e agressiva? E como irá ele cumprir a sua promessa de continuar a apoiar a Ucrânia se o próximo presidente dos EUA, Donald Trumpreduzir ou mesmo interromper a ajuda militar a Kiev?
A França é a única grande potência militar na Europa continental, além do Reino Unido.
O regresso de Trump à Casa Branca preocupa a Europa. A sua insatisfação com o défice comercial dos EUA com a UE e os gastos insuficientes na defesa europeia podem resultar em novas tensões políticas.
Impacto económico
Com a queda de Barnier, Presidente Emmanuel Macron nomeará um novo primeiro-ministro. No entanto, o Parlamento continuará dividido entre três blocos políticos rivais, capazes de paralisar reformas urgentes e o orçamento.
O país é a segunda maior economia da zona euro e o seu défice orçamental está muito além do limite permitido pela União Europeia. A dívida pública também é alarmante.
Isto preocupa tanto os contribuintes franceses, já preocupados com o custo de vida, como o resto da zona euro, que teme que a instabilidade em França comprometa a reputação da moeda comum.
Ao mesmo tempo, a Alemanha, a maior economia da UE, também enfrenta problemas.
A sua robusta indústria exportadora foi enfraquecida ao ponto de arrastar os países da Europa Central e Oriental, tradicionalmente a sua base produtiva, para um cenário económico em declínio.
Macron sob pressão
Apesar do cenário conturbado, Macron tenta transmitir calma. Enquanto Barnier alertava na televisão sobre os riscos de instabilidade económica, Macron, em visita à Arábia Saudita, adoptou um tom diferente:
“Não deveríamos assustar as pessoas. Temos uma economia forte. A França é um país rico e estável, com instituições sólidas”, disse ele.
Mas ele também está sob ataque.
O actual impasse parlamentar é o resultado de eleições antecipadas convocadas por Macron no Verão, nas quais o seu partido Renascentista sofreu pesadas perdas.
Segundo a lei francesa, novas eleições parlamentares só podem ser realizadas durante um ano, o que significa que é pouco provável que um novo orçamento seja aprovado antes do final de 2025, mesmo que as novas eleições resultem numa maior clareza política – improvável, de acordo com as sondagens.
Entre os críticos de Macron, cresce a pressão para que ele renuncie para quebrar o impasse político.
Macron, no entanto, descreve a ideia de uma eleição presidencial antecipada – o seu mandato vai até 2027 – como “ficção política”. Ele afirma que foi eleito pelo povo francês para servir os interesses da nação.
Um nome que beneficia desta crise é Marine Le Pen, líder da extrema direita e rival de longa data de Macron.
Ela está sob investigação por alegado desvio de fundos públicos da UE – o que ela nega. Se for condenada, ela poderá ser impedida de concorrer às eleições presidenciais de 2027.
Se Macron renunciasse agora, novas eleições presidenciais seriam convocadas dentro de 30 dias, dando a Le Pen a oportunidade de concorrer e possivelmente vencer.
* Com informações de Katya Adler, editora de Europa da BBC News
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