A influenciadora mineira Marcela Carvalho, de Contagem, na Grande BH, viveu momentos de terror em um viagem a Paris. Há quase três semanas, o apartamento alugado por ela e três amigas via Airbnb foi invadido por sete homens armados. O episódio ocorreu no final da viagem, que terminou com violência, perdas materiais e desamparo por parte das autoridades e plataformas envolvidas.
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Marcela contou que o apartamento, localizado no quinto andar de um prédio com acesso restrito por senha, foi brutalmente invadido no dia 16 de novembro, por volta das 20h, um dia antes de sua viagem de retorno ao Brasil. A violência começou quando um dos amigos abriu a porta, acreditando ser outro colega que estava chegando. “Assim que ela abriu, ela recebeu socos. Os homens entraram gritando em francês, uma língua que não entendíamos. Eles foram muito agressivos”, relatou a influenciadora nas redes sociais.
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Durante a invasão, os amigos foram agredidos e ameaçados com armas de fogo. Marcela e uma de suas amigas foram arrastadas para o quarto, enquanto a terceira vítima permaneceu na sala, onde também foi agredida. “Eles gritavam ‘la plata, la plata’, exigindo dinheiro. Eles rasgaram minhas roupas e nos machucaram. Foi desesperador. Quando vi uma bala atingir o chão, percebi que a arma era real. Entrei em pânico”, detalhou. Na tentativa de acalmá-la, o amigo que estava com Marcela acabou sendo agredido com ela, enquanto os invasores os atingiram com a coronha da arma.
O terror só terminou quando o intercomunicador tocou, assustando os suspeitos, que fugiram com pertences pessoais como bolsas de grife, telemóveis, o passaporte de uma das vítimas e cerca de 900 euros. Um dos amigos, que chegou ao local, viu os homens saindo do prédio e correu para ajudar o grupo.
Negligência das autoridades
Após o incidente, as vítimas procuraram ajuda da polícia francesa. Porém, segundo Marcela, o tratamento foi insensível e preconceituoso. “Perguntaram-nos porque estávamos lá, o que fazíamos no país, como nos apoiávamos. Parecia que queriam mudar o foco da investigação, tratando-nos como suspeitos e não como vítimas”, disse. O relatório detalha horas de depoimentos exaustivos, sem acesso a alimentos ou comunicação com familiares por mais de 10 horas.
Outro ponto de indignação foi a postura do Airbnb e do consulado brasileiro. Segundo Marcela, a plataforma cancelou a reserva sob justificativa de “segurança” e, poucos dias depois, ofereceu hospedagem por três noites em outro local, sem considerar que os itens roubados incluíam cartões de crédito e dinheiro.
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O consulado brasileiro, procurado em busca de apoio, também não atendeu às expectativas. Marcela relatou que foi orientada a enviar e-mail e que o acolhimento foi praticamente inexistente. “Depois de muita insistência, fui autorizado a escrever uma carta à mão contando o ocorrido. Foi isso. Não houve resposta ou apoio”, disse ele.
O impacto do crime foi profundo. Marcela revelou que acordou assustada com barulhos e reviveu o pânico. Mesmo na volta ao Brasil, o trauma persiste. “O que era para ser uma viagem dos sonhos virou pesadelo. É um assunto que afeta muito o meu psicológico, que ainda está me afetando muito. Quase perdi a vida em Paris”, disse.
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