O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento, neste domingo (12/8), sobre a tomada do poder na Síria pelo grupo rebelde HTS, liderado por Mohammed al-Golani. O democrata comemorou a queda do regime de Bashar al-Assad, que estava no poder há 24 anos —ele assumiu o controle do país em 2000, sucedendo ao pai, que governava desde 1971.
“Finalmente o regime de Assad caiu. Este regime brutalizou, torturou e matou literalmente centenas de milhares de sírios inocentes. A queda deste regime é um ato de justiça. É um momento histórico de oportunidade para o povo da Síria, para ver o futuro do seu país, e é também um momento de risco e incerteza”, disse o presidente dos EUA, num discurso.
De acordo com a agência estatal russa InterfaxA Rússia concedeu asilo humanitário ao presidente sírio e à sua família, que se encontram em Moscovo. Questionado sobre o que deveria acontecer ao presidente deposto, Biden disse aos repórteres que “Assad deveria ser responsabilizado”.
No comunicado, Biden aproveitou a oportunidade para criticar a Rússia, o Irão e o Hezbollah pelo seu apoio ao regime de Assad. “Durante anos, muitos apoiaram Assad, incluindo o Irão, o Hezbollah e a Rússia. Mas esse apoio diminuiu nas últimas semanas, pois todos acabaram por ser ameaçados nas suas posições. Após o ataque do Hamas a Israel, o mundo percebeu o risco do Irão e dos agentes na região, o principal agente do Irão, o Hezbollah, também está enfraquecido”, afirmou.
Confira a declaração completa de Biden
Junte-se a mim enquanto faço comentários sobre os últimos acontecimentos na Síria.
– Presidente Biden (@POTUS) 8 de dezembro de 2024
“Vitória para a nação islâmica”
Abu Mohammed al-Jolani, líder da ofensiva que tomou a capital síria, disse que o fim do governo de Bashar al-Assad é “uma vitória para a nação islâmica”. Ele falou para uma multidão na Mesquita Umayyad, em Damasco, no domingo, depois que o presidente da Síria deixou o país.
Centenas de pessoas saíram às ruas de Damasco e Istambul, na Turquia, onde vive uma diáspora de meio milhão de sírios, para celebrar a “fuga” do presidente Bashar al-Assad da capital síria.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também comemorou o fim do “regime ditatorial” da Síria e aconselhou o país a concentrar-se na reconstrução e a evitar a violência.
“Depois de 14 anos de guerra brutal e da queda do regime ditatorial, hoje o povo da Síria pode aproveitar uma oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico”, disse ele.
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