O América latina Há diversas eleições presidenciais e legislativas marcadas para 2025. E há algo em comum em todas elas: as eleições julgarão os governos que foram eleitos para contornar crises enormes.
Cinco países da região têm eleições marcadas ao longo deste ano, para eleger presidentes, renovar congressos ou ambos.
A questão que norteará cada uma destas reivindicações é até que ponto cada país progrediu em relação aos seus graves problemas políticos, económicos ou de segurança, herdados pelos actuais governantes.
A diretora do inquérito regional Latinobarómetro, Marta Lagos, explica que, nas eleições deste ano na América Latina, “a ideologia é zero” e os cidadãos avaliam “apenas os resultados” dos seus governantes.
“As pessoas não esperam mais, o que fazem é exigir”, disse Lagos à BBC News Mundo, o serviço de língua espanhola da BBC. “Se não estiver indo bem, eles vão cortar sua cabeça [do governo] e coloque-o para fora.”
Mas o que exigem os eleitores dos governos chamados a lidar com situações extremas?
Talvez as eleições deste ano na América Latina ajudem a decifrar isto e a enviar uma mensagem a toda a região.
Calendário eleitoral latino-americano em 2025
Equador: eleições gerais em 9 de fevereiro; possível segundo turno presidencial em 13 de abril.
Bolívia: eleições gerais em 17 de agosto; possível segundo turno presidencial em 19 de outubro.
Argentina: eleições legislativas em 26 de outubro.
Chile: eleições gerais em 16 de novembro; possível segundo turno presidencial em 14 de dezembro.
Honduras: eleições gerais em 30 de novembro.
Os presidentes serão reeleitos?
O ciclo eleitoral latino-americano de 2025 começa em 9 de fevereiro, com eleições legislativas e o primeiro turno das eleições presidenciais no Equador.
O atual presidente, Daniel Noboatentará prorrogar por mais quatro anos o curto prazo obtido em 2023 para completar o período correspondente ao ex-presidente Guillermo Lasso (2021-2023), que antecipou as eleições ao enfrentar julgamento político por supostos casos de corrupção.
A ascensão meteórica de Noboa ao poder ocorreu em meio a uma crise de violência no país. As taxas de homicídios dispararam, devido à ação de quadrilhas criminosas e à frequente cumplicidade da polícia.
Noboa declarou “conflito armado interno” e apelou aos militares para que desempenhem as suas tarefas de segurança. Agora, os eleitores vão avaliar se ele cumpriu satisfatoriamente a promessa de devolver a paz à sociedade, com políticas de “mão firme” contra o crime.
Neste momento, 16 militares estão a ser investigados pelo desaparecimento forçado e morte de quatro crianças, cujos corpos foram incinerados. O incidente gerou fortes questionamentos sobre o poder concedido pelo governo aos militares.
Além de Noboa, outros 15 candidatos foram inscritos nestas eleições equatorianas. Entre eles está Luisa González, que já enfrentou Noboa em 2023representando a esquerda do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). E os problemas económicos e energéticos do Equador também poderão influenciar os resultados.
O segundo turno, se necessário, está marcado para 13 de abril.
A Bolívia tem eleições gerais marcadas para 17 de agosto. Espera-se que o atual presidente, Luis Arcebuscar a reeleição, embora até agora tenha evitado definir sua candidatura.
Arce foi eleito em 2020 para resolver a crise democrática surgida na Bolívia no ano anterior, quando o então presidente Evo Morales (2006-2019) tentava obter o quarto mandato. Após acusações de irregularidades nas eleições, Morales renunciou, denunciando uma tentativa de golpe de Estado.
A Bolívia ainda não atingiu a plena normalidade. Surgiram recentemente momentos de tensão, como a revolta militar do passado mês de Junho que, segundo Arcotentou derrubá-lo. Some-se a isso a atual crise econômica, agravada pela falta de dólares no país.
O partido do governo, Movimento ao Socialismo, está dividido por uma intensa disputa interna entre Arce e Morales. A oposição tentará ir às urnas junta, após um acordo entre os ex-presidentes Jorge Quiroga (2001-2002) e Carlos Mesa (2003-2005), entre outros políticos e empresários.
O eventual segundo turno na Bolívia acontece no dia 19 de outubro.
‘Frustração gigante’
O Chile também tem eleições presidenciais e legislativas marcadas para este ano. O primeiro turno será realizado em 16 de novembro e o eventual segundo turno presidencial será realizado em 14 de dezembro.
O atual presidente, Gabriel Boricfoi eleito em 2021, após protestos sociais no país. A Constituição chilena não permite a reeleição, mas a sua coalizão de esquerda A Frente Ampla será avaliada por sua atuação no governo.
Ainda sem candidatos definidos, pesquisas espontâneas de intenção de voto indicam nomes como o da ex-prefeita de direita Evelyn Matthei, da ex-presidente socialista Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018) e do ex-candidato da direita radical José Antonio Kast. Mas nenhum deles surge como favorito claro.
Marta Lagos, diretora do Latinobarómetro, vive no Chile e explica que há líderes políticos no país que estão “muito mais fracos do que antes” e “as pessoas estão incrivelmente frustradas com o que não foi feito”.
“Há a sensação de que nem a direita, que governou durante os protestos, nem a esquerda, que passou a governar depois, conseguiram dar resposta às reivindicações dos protestos”, destaca. “Os problemas de saúde, educação e previdência não foram resolvidos e a reforma tributária não ocorreu”.
No dia 30 de novembro também deverão ser realizadas eleições gerais em Honduras.
O atual presidente, Xioma Castrofoi eleita em 2021, em meio a uma crise de corrupção e tráfico de drogas que levou à extradição e condenação nos Estados Unidos de seu antecessor, Juan Orlando Hernández (2014-2022).
A Constituição hondurenha impede Castro de procurar outro mandato. E, com o recente escândalo provocado por um vídeo que mostrava o encontro do seu cunhado com poderosos traficantes de drogas, há vários candidatos à sua sucessão, no governo e na oposição.
Os partidos hondurenhos deverão escolher seus candidatos nas primárias, que serão realizadas em março.
‘Uma espécie de referendo’
O calendário de 2025 também inclui eleições legislativas na Argentina, no dia 26 de outubro. A eleição renovará metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Estas eleições serão “uma espécie de referendo” sobre a administração do presidente ultraliberal Javier Mileiantes do grave crise económica do país no momento de sua posse, em dezembro de 2023, segundo o analista político argentino Orlando D’Adamo.
Mas alerta que a votação será “mais simbólica do que quantitativa”, pois as cadeiras a serem renovadas no Congresso são insuficientes para Milei alcançar maiorias próprias. Por outras palavras, ele “continuará a depender de alianças circunstanciais com outras forças políticas” para aprovar as suas reformas.
Eleições regionais e parlamentares também deverão ser realizadas este ano na Venezuela.
Mas esta eleição ainda não tem data.
A oposição venezuelana terá de decidir se participa, na sequência de alegações de fraude nas eleições presidenciais de Julho do ano passado. O presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor da eleição, sem publicação da ata de votação.
Com a clara vitória do governo nas eleições no México, El Salvador e República Dominicana em 2024, a América Latina interrompeu a tendência clara dos anos anteriores, que mostrava a vitória da oposição nas urnas em quase todas as eleições.
Por outro lado, a pesquisa Latinobarómetro 2024, divulgada recentemente, indicou que 52% dos latino-americanos (excluindo a Nicarágua) apoiam a democracia.
O número representa quatro pontos percentuais a mais que no ano anterior – o maior aumento do índice nos últimos 14 anos.
O relatório concluiu também que, nos países da região, “a satisfação com a democracia em relação a 2023 aumenta, exceto em Honduras (18%), que perde dois pontos percentuais, e na Bolívia (10%), com 12 pontos percentuais de redução. A Bolívia aparece como o país mais crítico em relação à democracia em 2024.”
E a pesquisa destaca que, na América Latina, “há mais democratas entre os que aprovam os atuais governos (56%) do que entre os que os desaprovam (48%)”.
Resta saber como tudo isto influenciará as eleições de 2025 nos países da região que sofreram recentemente crises colossais.
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