O presidente eleito do Estados Unidos, Donald Trumpjá indicou que é contra a proibição do TikTok no país, prevista para entrar em vigor a partir de domingo (19/1), e sinalizou que deve encontrar uma forma de revertê-la.
Se isto não se concretizar, porém, será apenas “uma questão de tempo” até que restrições semelhantes se espalhem entre os países aliados dos EUA, afirmam analistas entrevistados pela BBC.
Em abril do ano passado, o Congresso americano aprovou uma lei para banir o aplicativoalegando que representa um risco para a segurança nacional devido às ligações entre a sua empresa-mãe, a ByteDance, e o governo chinês – ligações que a empresa nega.
Caso a proibição seja de fato implementada, especialistas apontam episódios anteriores envolvendo empresas de tecnologia chinesas e russas também banidas por questões de segurança nacional como um possível precedente para ampliar a proibição do app em outros países.
“Existem fortes paralelos entre o TikTok e o que aconteceu com a chinesa Huawei e a russa Kaspersky, o que sugere que é apenas uma questão de tempo até que uma proibição gradual entre em vigor”, diz Emily Taylor, editora do Cyber Policy Journal.
Em ambos os casos, estas empresas foram acusadas pelos EUA de serem uma ameaça à segurança nacional — mas nenhuma prova concreta foi apresentada pelas autoridades de segurança cibernética.
O mesmo está acontecendo com o TikTok.
Sob a administração Trump, o software antivírus da Kaspersky foi banido de computadores civis e militares nos EUA, após acusações em 2017 de que tinha sido usado pelo Kremlin num incidente de hacking que nunca foi provado.
O Reino Unido seguiu quase imediatamente a decisão e, um por um, outros aliados dos EUA aderiram às restrições, advertências ou proibições.
Depois de anos, a proibição em todos os EUA entrou em vigor no ano passado. Nesse ponto, porém, ela era praticamente redundante. A Kaspersky encerrou as suas operações nos EUA e, posteriormente, no Reino Unido, afirmando não haver viabilidade comercial nestes mercados.
A empresa sempre argumentou que o governo dos EUA baseou a sua decisão no “clima geopolítico e nas preocupações teóricas”, em vez de na verificação independente dos riscos.
De acordo com uma pesquisa da Bitsight, o declínio no uso do Kaspersky após a proibição foi significativo não apenas nos EUA, mas em pelo menos 25 outros países, incluindo aqueles sem políticas públicas abertas para proibir o software.
Quase a mesma coisa aconteceu com a gigante chinesa de telecomunicações Huawei.
Em 2019, a Huawei foi considerada pelos EUA como a mais perigosa de uma lista de empresas tecnológicas chinesas, incluindo a ZTE, quando as detenções de executivos da empresa trouxeram o problema à luz.
O país acusou a Huawei de ter laços estreitos com o governo chinês e argumentou que os populares kits 5G da empresa não deveriam ser usados na construção de redes de telecomunicações, pois poderiam ser usados para espionagem ou interrupção das comunicações.
Um ex-funcionário da Huawei no Reino Unido afirmou que, uma vez que os EUA decidiram banir, bloquear ou restringir a Huawei, tornou-se quase inevitável que os aliados seguissem o exemplo.
“O Reino Unido e outros países falaram sobre chegar de forma independente às suas próprias conclusões sobre segurança, mas os EUA têm sido implacáveis na sua pressão nos bastidores. Alertaram sobre os riscos à segurança nacional que nunca foram apoiados por provas”, afirmou o ex-funcionário, que preferiu não ser identificado.
A intensa pressão dos EUA sobre os aliados em questões de segurança é algo frequentemente observado em diversas áreas da política cibernética.
O olhar atento dos Cinco Olhos
O movimento geralmente começa entre os países da aliança conhecida como “Five Eyes”, um acordo de compartilhamento de inteligência que envolve cinco países de língua inglesa: EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Até agora, todos os membros baniram o TikTok em dispositivos governamentais e alguns emitiram avisos públicos. O Canadá ordenou o encerramento das operações do aplicativo no país, citando preocupações de segurança nacional.
O aplicativo já foi proibido em dispositivos de governantes, funcionários públicos ou militares de outros países, como Áustria, Bélgica, Estônia, França, Holanda, Noruega e Taiwan.
Tal como visto no caso da Huawei e da Kaspersky, o efeito dominó dos Cinco Olhos pode ser considerável, e outros países influentes, como a Alemanha e a França, muitas vezes seguem o exemplo.
Ciaran Martin, que foi chefe do Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido durante as proibições da Huawei e da Kaspersky, concorda que geralmente quando os EUA tomam uma decisão estratégica ou de segurança nacional sobre uma empresa, o Reino Unido e outros aliados eventualmente seguem o mesmo caminho.
Porém, como tudo relacionado ao TikTok, ele ressalta que há uma grande ressalva, representada pela próxima administração Trump.
“O que não sabemos ainda é se o TikTok será uma exceção, visto que Trump disse que se opõe à proibição. Ele ordenará aos aliados que repitam a proibição?
A posição do presidente Trump em relação ao TikTok mudou drasticamente desde a sua primeira presidência, quando tentou proibi-lo. Desde então, ele se tornou um apoiador depois que sua campanha de reeleição ganhou força com vídeos no TikTok.
Emily Taylor concorda que este fator desconhecido pode tornar o TikTok diferente da Huawei e do Kaspersky.
“Depende de quanta pressão o governo está disposto a exercer”, disse ela à BBC.
“Se a agenda de política externa estiver lotada, forçar outros aliados a seguir a proibição poderá cair na lista de prioridades e permitir que os países ganhem tempo.”
Além do Ocidente

Outro aspecto a considerar sobre o futuro do TikTok após a proibição dos EUA é se o aplicativo pode continuar a prosperar sem uma base de clientes norte-americana.
Qualquer aplicativo que perdesse 170 milhões de assinantes sofreria, mas os usuários dos EUA, em particular, são valiosos para criadores, anunciantes e gastos diretos na Loja TikTok.
Se o resto do Ocidente seguir, reduzirá o fluxo de recursos para a empresa e dificultará o desenvolvimento de novos recursos, aprofundando ainda mais o domínio de plataformas americanas como Instagram Reels, YouTube Shorts e Snapchat.
O TikTok já está proibido na Índia – outro grande mercado – e não tem presença na China por causa de seu aplicativo irmão, Douyin.
Existem três mercados grandes e importantes dos quais você ficará de fora.
A Kaspersky e a Huawei conseguiram resistir às tempestades investindo em bases de clientes locais e migrando para regiões como África e Médio Oriente.
Pode ser que o TikTok também construa as suas bases de utilizadores nestes mercados, mas se a proibição dos EUA se espalhar por todo o mundo, provavelmente nunca será tão grande como é atualmente e poderá acabar por desaparecer lentamente.
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