O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar nesta sexta-feira (31/5) sobre sua condenação por 34 acusações de falsificação de documentos contábeis, onde falou sobre outros temas além do julgamento, do qual afirmou que irá recorrer e chamou-o “muito injusto”. Ele também falou diretamente sobre Joe Biden, os imigrantes, o juiz do caso e afirmou que os pagamentos foram feitos de forma legal. O júri decidiu pela condenação na tarde desta quinta-feira (30) e a sentença será lida no dia 11 de julho.
O republicano de 77 anos foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de documentos contábeis para ocultar um pagamento destinado a silenciar a ex-atriz pornô Stormy Daniels, a fim de evitar um escândalo sexual em sua campanha de 2016.
Em seu discurso após a condenação, na noite desta quinta-feira (30), o ex-presidente adotou um tom mais agressivo, chamou o juiz do caso de “corrupto”, declarou que a acusação é uma “vergonha” e prometeu: “Isso está longe de ser o fim”.
“Isso foi uma vergonha. Um processo falho, com um juiz corrupto. A condenação final será feita no dia 5 de novembro (data das eleições nos EUA) pelo povo e eles sabem o que aconteceu aqui. Não fizemos nada de errado, sou inocente. Luto por uma Constituição, luto por um país. O país inteiro está a ser devastado agora. Isto (a condenação) foi feito pelo governo Biden, isto está longe de terminar”, disse Trump.
Discurso foi crítico a Biden e ao juiz do caso
Em discurso nesta sexta-feira (31), ele criticou duramente o juiz que conduziu o julgamento, afirmando que não permitiu que tivessem testemunhas ou conversassem. “Ele era um tirano”, disse ele. Segundo Trump, ele recorrerá em diversas frentes e destacou que todos os pagamentos listados na ação foram feitos de forma legal.
“Foi uma despesa legal, um pagamento ao meu advogado. E estão chamando isso de fraude contábil”, disse Trump. “O dinheiro que foi pago foi pago legalmente, foi apenas um acordo de confidencialidade”, disse ele.
No discurso também houve ataques a imigrantes onde, sem apresentar dados, Trump afirmou que há “histórico de entrada de terroristas” nos Estados Unidos e que a Venezuela envia criminosos para os EUA. “Os imigrantes estão a tomar conta dos nossos hotéis de luxo, enquanto os nossos veteranos de guerra vivem nas ruas como cães”, disse ele.
Neste discurso, o ex-presidente também criticou o presidente Joe Biden — com quem Trump deverá reencenar a corrida eleitoral de 2020, no final de 2024 —, afirmando que o presidente quer fronteiras abertas.
“Quem quer fronteiras abertas, com pessoas de línguas das quais nunca ouvimos falar. Não é espanhol, francês ou russo. Estão construindo um exército dentro do nosso país”, afirmou.
Biden considera ‘perigoso’ que Trump afirme que seu veredicto foi fraudado
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou nesta sexta-feira (31/5) Donald Trump por questionar o sistema de justiça americano e dizer que seu julgamento foi fraudado, após ser declarado culpado em veredicto histórico emitido por um júri de Nova York.
“É perigoso, é irresponsável, alguém dizer que o julgamento foi fraudado só porque não gosta do veredicto”, disse Biden na Casa Branca, nos seus primeiros comentários sobre o assunto. “O sistema de justiça deve ser respeitado. Não devemos permitir que ninguém o derrube”, continuou Biden, acrescentando que o julgamento contra Trump mostra que “ninguém está acima da lei”, sublinhou.
1º presidente condenado nos EUA
Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos condenado por um crime. E estabeleceria outro recorde se vencer as eleições de 5 de novembro e substituir Biden na Casa Branca.
O júri o considerou culpado de falsificar registros contábeis para encobrir um pagamento de US$ 130 mil (R$ 675 mil no câmbio atual) e impedir que a ex-atriz Daniels tornasse público um suposto encontro sexual em 2006 – o que ele nega – que poderia ter prejudicado seu ano de 2016. campanha presidencial.
Os promotores expuseram com sucesso que o encobrimento ilegal do pagamento fazia parte de um crime mais amplo para impedir que os eleitores tomassem conhecimento do comportamento de Trump pouco antes de ele vencer as eleições contra Hillary Clinton.
O republicano, que foi libertado sem fiança após a audiência, pode ser condenado a quatro anos de prisão por cada acusação, mas é mais provável que receba liberdade condicional porque não tem antecedentes criminais. Mesmo assim, não está impedido de continuar a sua campanha eleitoral, inclusive no caso improvável de ir para a prisão.
*Com informações da Agence France-Presse.
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