Enquanto os brasileiros continuam comemorando nesta quinta-feira (23/1) o três indicações de Eu ainda estou aqui para o Oscarincluindo um para Fernanda Torres Na categoria melhor atriz, jornais de todo o mundo também comemoraram a presença do filme nas maiores premiações do cinema.
A palavra preferida dos jornalistas que cobrem cinema era “surpresa” – tanto para se referir à presença de Eu ainda estou aqui na categoria melhor filme, mas principalmente pela presença de Torres no lista das cinco atrizes que vão concorrer à estatueta.
Apesar da indicação considerada surpreendente, os jornalistas fizeram questão de elogiar a atuação da brasileira como Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar no Brasil.
Veja o que disseram algumas publicações:
Influência do Globo de Ouro
Site do jornal americano O jornal New York Times destacou na capa a indicação de Fernanda Torres como uma “surpresa”.
O texto assinado pelo colunista Kyle Buchanan chamou a atenção para a influência do Globo de Ouro, prêmio que Fernanda Torres conquistou na categoria melhor atriz de drama, no Oscar.
“Será que Eu ainda estou aqui teria superado as expectativas – recebendo indicações para melhor filme, filme internacional e atriz principal para Fernanda Torres – se Torres não tivesse ganhado o Globo de Ouro pouco antes do início do prolongado processo de votação do Oscar?”, escreveu ele.
A revista especializada Variedade também considerou a indicação de Torres uma surpresa, dizendo que “o ímpeto de Torres só cresceu” desde o Globo de Ouro.
A publicação também menciona “onda de apoio” que “surgiu de fãs fervorosos nas redes sociais”.
“Eu ainda estou aqui é um dos poucos filmes em língua estrangeira a receber uma nomeação de destaque no Oscar”, acrescenta a publicação.
‘Azarona’
A revista O repórter de Hollywood preferiu destacar no título da reportagem que Fernanda Torres “repete a indicação histórica da mãe para melhor atriz”, referindo-se a Fernanda Montenegro, indicada na categoria em 1999 por Central do Brasil, filme também dirigido por Walter Salles.
A repórter afirma que Torres é uma “azarã” na categoria, mas que sua atuação como Eunice Paiva recebeu “elogios unânimes”.
Torres interpreta uma “mulher de força e resistência silenciosa”, com “extraordinária graça e dignidade diante do sofrimento emocional”, diz o texto.
Quem abre portal de notícias de jornalismo de entretenimento Abutre se depara com uma foto de Fernanda Torres, com um apelo à reportagem sobre os “ignorados” e as “surpresas” do Oscar.
“Bem-vindo à corrida, Eu ainda estou aqui“, escreve o Vulture, que acrescenta: “quando Torres foi anunciado como o quinto indicado na categoria, os brasileiros comemoraram. Eles achavam que já haviam atingido o auge da emoção, mas a melhor notícia ainda estava por vir: Eu ainda estou aqui conseguiu uma vaga entre os dez indicados para Melhor Filme”,
O Abutre ele diz ainda que as indicações dos brasileiros refletem o mais recente sinal de uma Academia cada vez mais internacional: “os eleitores superaram a ‘barreira insignificante’ das legendas, tornando um drama de época em português tão atraente para o Oscar quanto uma produção de Hollywood.
‘Grande dia para o Brasil’
A cobertura de Los Angeles Times diz que as indicações para Eu ainda estou aqui é “um grande dia para o Brasil” e que Torres “é excepcional”, interpretando uma mulher desafiadora que mantém a família unida depois que um regime repressivo leva seu marido.
O colunista Glenn Whipp escreve que suspeita que “o último lugar na lotada categoria de atriz principal foi uma disputa entre Torres e Marianne Jean-Baptiste em” Hard Truths “. Os eleitores optaram por Torres e pelo filme mais acessível”.
Na vizinha Argentina, o jornal A nação colocou uma foto de Fernanda Torres ao lado de Fernanda Montenegro em uma reportagem sobre como a filha está “cumprindo um curioso ‘mandato familiar’”.
A publicação em espanhol traz entrevista com Torres, que lembra como a indicação de sua mãe “teve um grande simbolismo para o Brasil”.
“Agora, Torres faz parte do seleto grupo que pode ganhar a cobiçada estatueta de ouro, e sua recente indicação desencadeou uma febre cinematográfica — e um acerto de contas nacional — no maior país da América Latina”, diz La Nación, que também menciona o salas de cinema lotadas no Brasil.
Na sua principal reportagem sobre os nomeados para os Óscares, o jornal português Público deu o maior destaque para Fernanda Torres, com o título “Vai, Fernandinha, Vai”.
“Depois da premiação no Globo de Ouro, a não indicação ao SAG Awards foi apenas um contratempo e não tinha nada a anunciar porque para o Oscar, Fernanda Torres, com Eu ainda estou aquimarcou”, diz o português.
Ainda na Europa, o francês Le Figaro classificou Fernanda Torres como “a sensação da temporada”, como a “mãe da coragem” de Eu ainda estou aqui.
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