O presidente dos EUA, Joe Biden, elevou o tom nesta sexta-feira, 31, e quebrou o silêncio sobre a condenação do ex-presidente Donald Trump. Segundo ele, a sentença “deve ser respeitada” e qualquer tentativa de prejudicar o Judiciário é “imprudente”, “perigosa” e “irresponsável”.
Anteriormente, Trump tinha convocado uma conferência de imprensa em Nova Iorque para insultar o presidente, o juiz do caso e do julgamento durante 33 minutos. Ele alegou que sua condenação foi uma instrumentalização política da justiça e uma “caça às bruxas” patrocinada por Biden e pelos democratas.
“Se eles podem fazer isso comigo, podem fazer isso com qualquer um. Estas são pessoas más. Em muitos aspectos, são pessoas doentes”, disse o ex-presidente, referindo-se aos membros do gabinete do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsável por O caso.
Trump também reiterou as acusações contra o juiz Juan Merchan, descrevendo-o como “altamente conflituoso”. No que diz respeito ao julgamento em si, foi muito injusto. Você viu o que aconteceu com algumas das testemunhas que estavam do nosso lado, elas foram literalmente crucificadas por este homem (Merchan)”, disse ele. “Ele parece um anjo, mas na verdade é um demônio”.
Contra ataque
Os ataques do ex-presidente provocaram reação imediata dos democratas, esquentando a disputa – que oficialmente ainda nem começou. A equipe de campanha de Biden atacou o republicano, chamando Trump de “desesperado” e “confuso”.
Horas depois, foi a vez de Biden lançar um contra-ataque. “É perigoso, é irresponsável alguém dizer que o julgamento foi fraudado só porque o veredicto não lhe agrada”, disse o presidente. “A justiça deve ser respeitada. Ninguém está acima da lei.”
A decisão do presidente de abordar directamente o julgamento foi uma mudança estratégica. Desde que Trump foi acusado criminalmente pela primeira vez, Biden recusou-se a comentar os casos, na esperança de permanecer acima da briga e evitar alimentar as alegações republicanas de que a Casa Branca está por trás de tudo.
Alguns estrategistas democratas, no entanto, encorajaram-no a se manifestar, argumentando que Biden tinha a responsabilidade, como presidente, de falar aos americanos sobre um momento de grande importância que tem o potencial de rasgar o tecido democrático e institucional do país.
A sentença de Trump estava marcada para 11 de julho. Mesmo que ele seja um grande negócio – o que os especialistas dizem ser improvável – ele ainda poderá ser eleito e assumir o cargo. Os republicanos apostam que a condenação galvanizará o apoio da base ao ex-presidente. Os democratas acreditam que o emaranhado legal provavelmente afastará os eleitores moderados do Partido Republicano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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