O Presidente de França, Emmanuel Macron, afirmou que não se demitirá “seja qual for o resultado” das eleições legislativas antecipadas, que convocou após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias, ao mesmo tempo que as negociações entre os partidos continuam a formar alianças.
“As instituições são claras e o lugar do presidente também, seja qual for o resultado”, disse Macron à revista Figaro quando questionado sobre o risco de o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) pedir a sua demissão após as eleições.
Apesar da antecipação inesperada das eleições legislativas, inicialmente previstas apenas para 2027, Macron pode continuar como presidente até ao final do mandato, mas corre o risco de partilhar o poder com um governo de outra tendência política, numa “coabitação”.
A cinco dias do prazo para registo de candidaturas, o presidente do partido conservador Os Republicanos (LR), Éric Ciotti, surpreendeu esta terça-feira ao defender uma “aliança” com o RN, apesar da rejeição de vários dirigentes da sua legenda, que chegaram a pedir pela sua demissão.
“Precisamos de uma aliança com a Reunião Nacional, mas sem deixar de ser nós próprios”, afirmou Ciotti em entrevista ao canal TF1, garantindo que os partidos têm uma visão conjunta de “valores de direita” e que isso lhes permitiria “manter deputados”, em relação à queda projetada pela pesquisa.
A líder do RN, Marine Le Pen, elogiou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, cuja proposta, se implementada, acabaria com o tradicional isolamento do partido herdeiro da Frente Nacional (FN) de Jean. -Marie Le Pen, conhecida por suas declarações racistas.
A sugestão, no entanto, representou um terramoto político no partido que outrora governou o país sob os presidentes conservadores Charles De Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Muitos políticos mudaram para o partido de Macron desde 2017.
Emmanuel Macron chegou ao poder em 2017 com um discurso centrista, que atraiu os insatisfeitos com a tradicional alternância de poder entre socialistas e conservadores. Desde então, também tentou estabelecer distância dos “extremos” que seriam representados, na sua opinião, pelo RN e pela França Insubmissa (LFI, esquerda radical).
Apesar da queda de popularidade do presidente centrista, cujos mandatos são marcados por fortes protestos sociais como os dos ‘coletes amarelos’ ou contra a reforma das pensões, o partido do governo tenta recuperar o seu espírito inicial.
Macron convocou uma conferência de imprensa para quarta-feira com o objetivo de expor o que considera ser o “caminho” para França e aparecer como a opção moderada contra as “forças extremistas”, disse uma fonte próxima do Presidente.
– “Frente Popular” –
As discussões parecem reforçar os três blocos que surgiram em França após as eleições presidenciais e legislativas de 2022: a aliança centrista de Macron, a extrema-direita de Marine Le Pen e a frente de esquerda Nupes (Nova União Ecológica e Social Popular), que foi quebrada pelas diferenças entre a ala social-democrata e a ala radical.
Socialistas, comunistas, ecologistas e a LFI concordaram na segunda-feira em apresentar “candidatos únicos” nas eleições marcadas para 30 de junho e 7 de julho, apesar da mudança de equilíbrio após as eleições europeias, com os socialistas a liderarem a França Insubmissa.
“Pedimos a criação de uma nova frente popular que reúna, de forma inédita, todas as forças humanistas, sindicais, associativas e cidadãs de esquerda”, afirma um comunicado conjunto publicado após o encontro em Paris.
Centenas de jovens permaneceram fora do local da reunião para pressionar por um acordo.
Milhares de pessoas protestaram contra o RN nas principais cidades da França na noite de segunda-feira. Outras manifestações foram convocadas para o fim de semana.
O jornal de esquerda Libération defendeu a criação de uma “Frente Popular”, apelando à “responsabilidade histórica” da esquerda para “impedir que a extrema direita chegue ao poder”.
O resultado das eleições europeias provocou alarme em França, com o risco de avanço da extrema direita, e também na Europa: Paris é um ator fundamental na União Europeia e no apoio à Ucrânia contra a invasão da Rússia por Vladimir Putin.
O RN recebeu 31,37% dos votos no domingo, bem à frente dos 14,60% do partido no poder. Duas pesquisas sobre as eleições legislativas mostram o RN com 33-34% das intenções de voto. Segundo a projeção da ‘Harris Interactive’, o partido obteria entre 235 e 265 dos 577 deputados, contra quase 90 no atual Parlamento.
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