Hunter Biden, de 54 anos, tornou-se, nesta terça-feira (6/11), o primeiro filho de um presidente em exercício a ser condenado por um crime. Por unanimidade, os 12 jurados do Tribunal Federal de Wilmington, Delaware, concluíram que Hunter é culpado dos três crimes pelos quais foi acusado: dois por mentir na documentação para adquirir um revólver calibre .38 e um por posse ilegal após a compra. A sentença deverá ser anunciada pela juíza federal Maryellen Noreika dentro de 120 dias. Hunter pode enfrentar pena de até 25 anos de prisão e multa de US$ 750 mil (cerca de R$ 4 milhões). O fato de ele ser réu primário deveria pesar em uma pena mais leve.
146 dias antes da eleição, Joe Biden, 81 anos, disse que “respeita o processo judicial” e expressou “amor e apoio a Hunter”. “Sou o presidente, mas também sou pai”, disse ele, em comunicado da Casa Branca. “Jill e eu amamos nosso filho e estamos muito orgulhosos do homem que ele é. Muitas famílias onde alguns de seus membros lutam contra vícios podem entender o orgulho que é preciso ver alguém que amam sair delas e ser forte e resiliente na recuperação. “Durante um discurso em um evento sobre segurança de armas em Washington, ele não mencionou a condenação de seu filho. Os especialistas não acreditam que a condenação possa influenciar a escolha do próximo presidente norte-americano.
Após o ocorrido na capital, Biden viajou para Wilmington, onde foi recebido por Hunter, na Base Aérea da Guarda Nacional de Delaware, às 16h37 (17h37 em Brasília). Pai e filho foram fotografados abraçados. Horas antes, Hunter deixou o tribunal acompanhado de sua madrasta, a primeira-dama Jill Biden, e de sua esposa, Melissa Cohen Biden. Em comunicado, Hunter disse que estava “mais grato pelo amor e apoio” do que “decepcionado com o resultado”. “A recuperação é possível pela graça de Deus e sou abençoado por experimentar esse presente um dia de cada vez”, disse ele.
(foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Após o julgamento, o procurador especial David Weiss alertou que “ninguém está acima da lei” e afirmou que o filho do presidente foi considerado culpado “pelas suas decisões ilegais quando estava no auge do seu vício, pela sua decisão de mentir num cargo oficial”. declaração de compra de arma e depois por decisão de mantê-la em seu poder” e não por dependência de drogas e álcool.
Professor de ciência política na American University (em Washington), Allan Lichtman desenvolveu um sistema de previsão sobre a corrida à Casa Branca baseado em 13 pontos. “Este sistema mostra que a condenação de Hunter não deve ser dirigida contra Joe Biden. Isso só ocorreria se o escândalo envolvesse diretamente o presidente. Além disso, o caso de Hunter difere do de Donald Trump. Embora o filho de Joe Biden seja um cidadão comum, enquanto Trump é ex-presidente e candidato de um partido importante (republicano)”, disse ele Correspondência. “Hunter foi condenado por um crime sem vítimas. Ele nunca usou a arma e só a teve por 11 dias. Trump, por sua vez, é acusado de fraudar o eleitorado americano.”
O historiador norte-americano Bill Minutaglio, autor de Primeiro filho: George W. Bush e a dinastia da família Bush (“O primeiro filho: George W. Bush e a dinastia da família Bush”), disse ele Correspondência que existe a possibilidade de o veredicto até ajudar Joe Biden nas eleições. “Algumas pessoas terão simpatia pelo pai idoso de Hunter. Alguns eleitores acreditam que Joe e a primeira-dama, Jill, são pais sofredores, cansados e dedicados que têm um filho problemático com uma doença terrível. Isso pode fazer com que alguns eleitores respeitem e apreciem o amor e a lealdade que Joe Biden demonstrou ao seu filho”, disse ele.
Minutaglio explica que Biden traça claramente um contraste deliberado e marcante com Trump. “O ex-presidente luta constantemente contra suas convicções, chamando-as de ‘caça às bruxas’, e sempre dizendo que é vítima de um sistema judicial corrupto. Biden, por sua vez, afirmou que respeitará o veredicto de seu filho e que acredita em o processo judicial”, explicou. Segundo o historiador, Biden espera obter uma vantagem política sobre Trump ao sugerir que confia no Tribunal, mesmo que o seu próprio filho seja condenado por esse sistema.
PERSONAGEM DE NOTÍCIA
Problemas e tempestade política
Advogado, empresário e agora artista visual, Hunter Biden — único filho vivo do presidente americano Joe Biden — tem um passado turbulento devido ao vício em drogas e a negociações comerciais controversas no exterior. Em 2018, assinou documento garantindo que não consumia drogas proibidas. A acusação observou que Hunter, 54, “sabia que era usuário de crack ou (que era) viciado”. Ele também é alvo de denúncias no Congresso por parte do Partido Republicano, ligadas ao seu passado como empresário.
Joe Biden fala pouco em público sobre Hunter, mas frequentemente evoca a memória de seu primogênito, Beau, que também teria se tornado presidente dos Estados Unidos se não tivesse morrido em 2015 de câncer no cérebro, segundo o próprio Biden. A vida de Hunter parece a antítese da de seu irmão, com quem manteve uma relação estreita, forjada depois que ambos foram vítimas de um grave acidente de carro em 1972, que ceifou a vida da mãe, primeira esposa de Joe Biden, e dos dois meninos. ‘ irmã mais nova.
Beau parecia destinado a uma carreira política nacional, enquanto Hunter tinha pouco destaque como advogado e empresário. Beau também lutou como soldado na guerra do Iraque, enquanto Hunter foi expulso da Marinha em 2014 por usar cocaína. Em seu livro autobiográfico Coisas bonitas (“Beautiful Things”, em tradução livre), de 2021, Hunter relata suas farras de vodca e perambulações noturnas pelos subúrbios em busca de drogas, tentativas fracassadas de desintoxicação ou “casos” efêmeros com a viúva de seu irmão.
EU PENSO…

(foto: arquivo pessoal)
“Joe Biden demonstrou respeito pelo sistema judicial dos EUA. Ele disse que aceitaria o veredicto do júri e não o perdoaria. Trump e seus aliados tentaram explicar sua condenação atacando a Justiça, que é a base da democracia dos EUA. Além disso, a promotoria por Hunter Biden refuta a afirmação de Trump de que o Departamento de Justiça está armado contra os republicanos. Por estas razões, não acredito que as crenças de Hunter irão alterar a trajetória da eleição presidencial.
Alan Lichtman, professor de ciência política na American University (em Washington)
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