Numa tentativa de apelar aos eleitores afro-americanos, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez a sua primeira aparição pública desde o ataque ao republicano Donald Trump, no sábado passado. O democrata subiu ao palco da 115ª Convenção da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), em Las Vegas, às 14h10 (18h10 em Brasília) desta terça-feira (16/7), e abandonou o amistoso, menos de 72 horas após a tentativa de homicídio do rival. “Só porque devemos baixar a temperatura, e a nossa política está relacionada com a violência, não significa que devamos deixar de falar a verdade. (…) A presidência de Trump tem sido um inferno para os negros americanos”, disse Biden, de forma enfática e enérgica. discurso.
A 2.800 quilômetros de distância, em Milwaukee (Wisconsin), a Convenção Nacional Republicana reuniu ex-opositores políticos de Trump em solidariedade ao magnata, como Ron DeSantis, governador da Flórida, e Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA nas Nações apelidada pelo ex- presidente, no passado, com “cérebro de pássaro”. Haley chamou o agora aliado de “inelegível” e “impróprio para o cargo”.
Trump e o candidato à vice-presidência, senador JD Vance, também estiveram presentes no Fórum Fiserv. Na noite desta segunda-feira (15/7), o ex-republicano fez entrada triunfal na convenção do partido e foi aplaudido pela multidão, enquanto usava uma bandana na orelha direita.
(foto: Brendan Smialowski/AFP)
No seu discurso, Biden acusou Trump de “mentir como o inferno” sobre a economia dos Estados Unidos. “O desemprego entre os negros americanos atingiu um nível recorde durante o meu governo. (…) Isso explodiu a economia”, acusou. Biden prometeu que o seu governo “será parecido com os EUA”. “Estou orgulhoso do governo mais diversificado da história”, disse ele. Ele novamente reconheceu que a política americana “ficou muito acalorada e clamou pela paz”. Todos temos a responsabilidade de baixar a temperatura e condenar qualquer forma de violência. Digamos, a uma só voz: ‘As balas não são a resposta’”, questionou.
O presidente lembrou que “mais crianças nos Estados Unidos morrem por tiros do que por qualquer outro motivo”. “Isto é terrível e repugnante! Qualquer pessoa que repudie a violência na América junte-se a mim e vamos retirar as armas de todas as ruas do país. É hora de torná-las ilegais”, defendeu Biden. Ele prometeu proibir a venda de rifles semiautomáticos semelhantes ao usado pelo atirador Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, para tentar assassinar Donald Trump, no último sábado, na cidade de Butler (Pensilvânia). O ataque matou um apoiador republicano e feriu gravemente outros dois. Trump foi atingido de raspão na orelha e o criminoso foi baleado pelo Serviço Secreto.
Novos detalhes da investigação revelam que um agente do Serviço Secreto conseguiu subir no telhado do silo usado por Crooks para tentar matar o ex-presidente, mas perdeu o equilíbrio e caiu ao se ver na mira do fuzil. Três atiradores foram posicionados no mesmo prédio onde o criminoso estava. Um deles fotografou Crooks e alertou a cadeia de comando responsável pela segurança do evento, mas nenhuma ação foi tomada. O atirador só foi neutralizado após atirar em Trump.
Suposta conspiração iraniana
A imprensa norte-americana noticiou que as autoridades do país obtiveram dados sobre uma alegada conspiração iraniana para assassinar Trump. A informação repassada por “uma fonte humana”, segundo a CNN, levou o Serviço Secreto a reforçar a segurança do ex-presidente republicano. No entanto, não há indícios de que a suposta conspiração estaria associada ao ataque do último sábado (13/7). Trump teria tomado conhecimento do caso antes do comício em Butler, Pensilvânia.
Em janeiro de 2020, sob a administração Trump, os Estados Unidos bombardearam o carro que conduzia Qasem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária Iraniana. A execução de Soleimani seria um dos pretextos para um atentado contra a vida do magnata republicano. Ainda segundo a CNN, os alertas sobre o planeamento operacional de um ataque a Trump coincidiram com um aumento nas menções a Trump em perfis iranianos nas redes sociais, incluindo meios de comunicação estatais. A mídia norte-americana anunciou que Biden está “seriamente” considerando endossar grandes reformas no Supremo Tribunal, como limitar a instituição a nove juízes e apoiar mudanças éticas e de imunidade para os juízes.
O retrato do ataque e das investigações
O perfil do atirador
Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, morava em Bethel Park, a 70km da cidade de Butler (Pensilvânia), onde ocorreu o ataque. Descrito pelos colegas de escola como um jovem quieto e solitário, Crooks registrou-se como eleitor do Partido Republicano, mas doou US$ 15 ao ActBlue, um site de arrecadação de fundos do Partido Democrata.

(foto: AFP/Reprodução)
Aviso de testemunha
Por diversas vezes, apoiantes do Partido Republicano que estiveram no comício de Trump alertaram para a presença do atirador no telhado do silo. Um vídeo postado nas redes sociais mostra um homem apontando para o atirador: “Sim, ele está em cima do telhado, olha! Ele está deitado”. Ao fundo, ouve-se a voz de Trump. “Oficial, olhe aqui. Bem ali no telhado”, grita uma mulher.

(foto: X/Reprodução)
Policial cai do telhado
Com a ajuda de um colega, um agente subiu no telhado e ficou cara a cara com o atirador Thomas Matthew Crooks, 20, que apontou o rifle em sua direção. O policial caiu de uma altura de mais de 2 metros e machucou gravemente o tornozelo. Os bandidos começaram a atirar em Trump.
Atiradores de elite no prédio
Pelo menos três atiradores estavam dentro do prédio de onde o atirador disparou contra Trump. Um deles viu Crooks examinando o telhado e carregando um telêmetro (dispositivo de precisão para medir distâncias em tempo real), antes de desaparecer por algum tempo e retornar ao local com uma mochila. O atirador tirou uma foto do atirador e informou o centro de comando. Os bandidos conseguiram chegar ao telhado escalando um aparelho de ar condicionado.
Arma e explosivos
O rifle AR-15 semiautomático calibre .556 pertencia ao pai de Crooks e foi adquirido, legalmente, há 11 anos. Na manhã de sábado, horas antes do ataque, o atirador comprou 50 cartuchos de munição. A polícia encontrou explosivos dentro do carro de Crooks.

(foto: Reprodução)
O “mosquito gigante” e a conversa “legal” com Biden
Um vídeo vazado de uma conversa entre Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, e Donald Trump causou agitação. “Bobby” Kennedy, um candidato independente, pediu desculpas por divulgar o telefonema. “Quando o presidente Trump me ligou, eu estava gravando com um cinegrafista, em casa. Devia ter ordenado que ele parasse de gravar. Fiquei mortificado por isso ter sido publicado (nas redes sociais). Peço desculpas ao presidente (Trump)”, disse ele. escreveu na rede social X. Durante a conversa, Trump convidou Kennedy para apoiá-lo. “Tenho uma coisa enorme para você. Vamos vencer! (…) Joe (Biden)… Foi muito legal, ele me ligou e perguntou: ‘Como você virou a cabeça para a direita?’ (…) Virei a cabeça e algo parecido com o maior mosquito do mundo me atingiu. Foi uma bala.”
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