A Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vão investigar uma possível ação de hacking contra o Sistema Eletrônico de Informações Multiórgãos (SEI) de nove ministérios, a Casa da Moeda e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O SEI é um sistema responsável pelo andamento eletrônico dos processos administrativos de diversas secretarias e diversos órgãos governamentais e foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede no Rio Grande do Sul.
Os ministérios alvo de possíveis ações de ciberataques foram: Gestão e Inovação em Serviços Públicos; Fazenda; Pessoas indianas; Planejamento e Orçamento; Seguro Social; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Igualdade Racial e Mulheres; Empreendedorismo e Microempresa; e pequenas empresas.
Boletim interno
O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) fez circular, internamente, ontem, um boletim interno apontando a ocorrência de um “grave incidente de cibersegurança”, que afetou, na terça-feira, a partir das 11h00, estes departamentos e órgãos. O Correio teve acesso ao boletim interno do departamento, carimbado como “urgente” e intitulado “Incidente de TI” (tecnologia da informação), emitido pela Secretaria de Serviços Compartilhados do ministério (veja comunicado na imagem ao lado).
“As equipes estão trabalhando para garantir que os dados estejam íntegros e seguros. Ainda não há previsão para a conclusão do reparo”, informa a mensagem compartilhada pela mídia interna dos ministérios.
O MGI pediu aos colaboradores que “face à situação procurem soluções alternativas para não paralisar nenhum processo ou procedimento urgente” e “denunciem todos os casos em que os computadores estejam sem acesso à Internet”.
Procurado por Correspondência, o MGI disse que iria divulgar uma nota pública, na qual confirmava ter havido um “incidente de segurança cibernética” — embora a classificação “grave” não estivesse presente, ao contrário do boletim interno. O ministério afirma que o incidente foi “restrito ao SEI Multiorgan e a algumas funcionalidades do Processo Eletrônico Nacional”.
Diz ainda que o SEI de outros órgãos não foi afetado, assim como os serviços oferecidos aos cidadãos por meio do gov.br —que permite às pessoas obter certidões e obter documentos, inclusive de órgãos públicos das unidades da Federação.
Na PF, o episódio deverá ser tratado pela Diretoria de Crimes Cibernéticos. A corporação acompanha o caso e instrui a equipe do MGI, mas ainda não iniciou nenhum procedimento formal em relação ao episódio.
Este é o segundo ataque sofrido pelos sistemas do governo federal. Em abril, hackers cibernéticos invadiram o Siafi, um sistema de gestão financeira usado para executar pagamentos. Gestor da ferramenta, o Tesouro Nacional reforçou a segurança, principalmente por meio de diversas verificações nos usuários autorizados a operar o sistema e autorizar pagamentos.
Na invasão Siafi, hackers tentaram movimentar cerca de R$ 9 milhões do orçamento do MGI.
Aumento da pirataria
Em apenas seis meses deste ano, ocorreram o maior número de incidentes cibernéticos em sistemas do governo federal desde 2020. As informações são do Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos (CTIR), do governo federal. Os incidentes cibernéticos são classificados como invasões de piratas, vazamento de dados, e-mails com vírus ou outros tipos de conteúdo malicioso ou criação de páginas falsas. Segundo o levantamento do CTIR, até 1º de julho ocorreram 4,7 mil incidentes cibernéticos — mais que o dobro do número de 2023. Na comparação com 2020, até 1º de julho daquele ano foram 4,4 mil incidentes.
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