O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (30/7) que as big techs coletam dados do Brasil “sem pedir licença e sem pagar impostos”, e que o país criará seu próprio sistema para gerenciar seus dados.
Lula participou da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e recebeu a proposta para a criação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA).
“Temos big techs, que fazem isso (coletam dados) sem pedir licença, sem pagar impostos, e ainda cobram dinheiro por coisas que não deveriam ser cobradas”, disse Lula durante o evento, que acontece no Brasil 21, em Brasília.
Lula mencionou que, atualmente, cada órgão público possui sua própria base de dados, mas não existe um sistema unificado. “E o banco de dados do Brasil? Não vamos ter isso? Nossa Inteligência Artificial começará aí. Criamos uma estrutura para que todos os dados deste país sejam compilados e disponibilizados para a sociedade brasileira”, enfatizou.
O plano apresentado a Lula contém medidas para incentivar a pesquisa em IA, além de incentivar o uso da tecnologia no serviço público. Além disso, prevê a aquisição pelo Brasil do quinto maior supercomputador do mundo, que será disponibilizado para pesquisas e uso de IA.
Plano Brasileiro de Inteligência Artificial
A proposta foi criada pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) a pedido do próprio Lula, há quatro meses. Segundo o presidente, ele se reunirá com seus ministros na próxima semana para discutir como colocar em prática as diretrizes do plano.
A 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia começou hoje e vai até amanhã. É a primeira vez que o evento é realizado após um hiato de 14 anos. A expectativa é que 2.200 pessoas compareçam ao evento em cada um dos dois dias.
Também estiveram presentes a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, o ministro da Educação, Camilo Santana, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, entre outras autoridades.
Para a ministra Luciana Santos, é “estratégico” que o país tenha controle sobre os próprios dados. “O Brasil tem muitos dados que são cobiçados pelas big techs, e teremos nossos próprios dados com uma nuvem própria, soberana, com língua brasileira”, afirmou.
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