O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na tarde desta quinta-feira (1/8), com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador. Os três dirigentes falaram sobre as eleições na Venezuela, realizadas no último domingo (25/7), que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro, segundo o Conselho Nacional Eleitoral Venezuelano.
A ligação já era esperada, mas não houve horário confirmado. A assessoria de imprensa do Planalto confirmou que a conversa ocorreu no final da tarde, por volta das 17h. Lula passou o dia no Palácio da Alvorada, em reuniões internas. Os três países articulam a criação de uma nota conjunta que reforça o pedido para que Maduro publique as atas das urnas.
Brasil, México e Colômbia adotaram um tom mais suave do que outros países, como Estados Unidos e Chile, e evitaram acusar Maduro de fraude nas eleições. A demora na divulgação da ata, porém, aumenta a preocupação no continente. A expectativa é que a nota conjunta aumente a pressão sobre Maduro. Com as atas será possível auditar o resultado das urnas.
Na quarta-feira (31/7), por meio das redes sociais, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu a divulgação da ata e uma análise transparente diante das “sérias dúvidas” sobre as eleições presidenciais venezuelanas. A fala foi atribuída ao atraso nas negociações da nota conjunta, discutida desde domingo pela diplomacia dos três países.
“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem pacificamente, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e observação por todas as forças políticas do seu país, além da observação internacional profissional”, escreveu ele.
“As sérias dúvidas que rodeiam o processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta, com graves consequências”, acrescentou.
O Brasil ainda não se posicionou oficialmente
O Brasil ainda não se pronunciou oficialmente sobre o resultado das eleições venezuelanas.
No dia 30, em seu primeiro discurso sobre a situação referente ao resultado das eleições presidenciais na Venezuela, Lula disse que “não há nada de grave ou assustador” ou “anormal” no pleito e que, para “resolver a briga” , é necessário que o governo de Nicolás Maduro apresente a ata.
Na ocasião, o petista havia comentado a proposta feita entre Brasil, México e Colômbia.
“Quando a ata for apresentada, e se confirmar que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela. Há uma proposta sendo feita para que Brasil, México e Colômbia assinem uma nota conjunta. muito é necessário. Tudo o que é necessário é o seguinte: o presidente Maduro sabe perfeitamente que quanto mais transparência houver, maior será a probabilidade de ele ter paz de espírito ao governar a Venezuela”, disse ele.
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