A arrecadação de impostos sobre prêmios recebidos por atletas brasileiros nas Olimpíadas virou alvo de disputa de narrativas políticas nas redes sociais durante os Jogos Olímpicos de Paris. Parlamentares e ativistas bolsonaristas atribuem a alta tributação sobre gratificações ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os descontos de imposto de renda sobre prêmios existem, porém, há 50 anos. Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, a entidade arrecadou R$ 1,2 milhão com prêmios pagos nos Jogos de Tóquio, em 2021.
Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), os atletas do país receberam R$ 4,6 milhões em prêmios nas Olimpíadas de Tóquio. Foram 21 medalhas no total (sete ouros, seis pratas e oito bronzes). Os valores pagos a cada atleta variam de acordo com a medalha conquistada e se a modalidade praticada é individual ou coletiva.
A Receita Federal prevê cobrar 27,5% sobre o valor dos prêmios recebidos pelos atletas em “competições esportivas, artísticas, científicas e literárias, salvo se forem concedidos por meio de sorteio”. A norma está em vigor desde 1974, segundo parecer técnico do órgão. Aplicando a alíquota atual aos valores pagos pelo COB em 2021, a União arrecadou R$ 1,26 milhão. A alíquota de 27,5% é aplicada sobre rendimentos acima de R$ 4.664,68 desde 2015.
A cobrança de impostos sobre prêmios é definida em lei. Portanto, não podem ser alterados por decisão do Presidente da República. Os deputados federais precisam alterar a legislação que determina os critérios de recolhimento do Imposto de Renda.
A disputa narrativa e a exploração do tema por grupos políticos fizeram com que a Receita Federal se manifestasse publicamente sobre o tema. Nas redes sociais, a organização lembra que “troféus, medalhas, placas, estatuetas, distintivos, flâmulas, bandeiras e outros objetos comemorativos recebidos em evento cultural, científico ou desportivo oficial realizado no estrangeiro ou a serem distribuídos gratuitamente como prémios em evento desportivo evento realizado no País” estão isentos de tributos federais, conforme previsto no artigo 38 da Lei 11.488, de 15 de junho de 2007.
E acrescenta que a legislação também prevê a tributação sobre outras remunerações. “Além das medalhas, os atletas também poderão receber remunerações pagas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, federações esportivas, clubes, empresas e outros patrocinadores, pela participação ou desempenho em eventos esportivos. , desde que seja valor superior à faixa de isenção do Imposto de Renda (atualmente dois salários mínimos)”, afirmou a Receita, destacando que “não pode dispensar o pagamento”. “Isso só pode ser feito por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional”.
É o que quer o deputado federal Luiz Lima (PL-RJ), que, antes de se tornar parlamentar, foi ex-nadador olímpico. Participou da edição de 1996, em Atlanta (Estados Unidos) e da edição de 2000, em Sydney (Austrália).
Lima apresentou nesta segunda-feira, 5, um projeto de lei que isenta os medalhistas olímpicos do pagamento de Imposto de Renda sobre prêmios pagos a atletas pelo COB, governo federal ou qualquer órgão público. A medida recebeu apoio tanto dos partidos de base do governo Lula quanto dos partidos de oposição.
Segundo o texto, as premiações concedidas aos medalhistas olímpicos, concedidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro ou por órgãos do governo federal, passarão a integrar a lista de rendimentos isentos de pagamento de imposto. Atualmente, é garantida isenção para bolsas de estudo, indenizações por rescisão de contrato de trabalho, poupança, dividendos, heranças, entre outros.
Atualmente, o COB premia os medalhistas olímpicos nas categorias individuais com R$ 350 mil no caso de medalha de ouro, R$ 210 mil para medalha de prata e R$ 140 mil para medalha de bronze.
No caso de conquistas coletivas em equipes com dois a seis atletas, o COB paga ao grupo o valor de R$ 700 mil pela medalha de ouro, R$ 420 mil pela medalha de prata e R$ 280 mil pela medalha de bronze.
Nos grupos que contam com mais de sete atletas, o comitê paga ao grupo o valor de R$ 1,5 milhão pelo ouro, R$ 630 mil pela prata e R$ 420 mil pelo bronze.
A proposta deve ter a aprovação de 257 dos 513 deputados. Caso isso aconteça, o texto irá para o Senado, onde é necessária a aprovação de 41 dos 81 senadores. Por fim, a isenção dependerá da sanção do presidente Lula.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
imagem de empréstimo
como conseguir crédito no picpay
picpay instalar
cred rápido
banco noverde
noverde whatsapp
siape consignação
bk bank telefone
apk picpay
consignado inss bancos
px significado