O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (16/8) que o governo de Nicolás Maduro na Venezuela não é uma ditadura, mas sim “um regime muito desagradável”. Para o petista, o governo chavista é autoritário, mas não pode ser chamado de ditadura.
“Acho que a Venezuela tem um regime muito desagradável. Não acho que seja uma ditadura. É diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura, como conhecemos tantas ditaduras neste mundo”, declarou o chefe do Executivo em entrevista ao Rádio Gaúchade Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Lula lembrou que o dia das eleições venezuelanas, 28 de julho, transcorreu sem maiores problemas, e comparou-o com as eleições presidenciais brasileiras de 2022, nas quais saiu vitorioso. “Não tinha nem Polícia Rodoviária Federal (PRF) impedindo o eleitor de votar”, destacou, citando as operações comandadas pelo então diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, em cidades com grande eleitorado de Lula.
Questionado sobre a decisão de Maduro de impedir a participação de observadores internacionais nas eleições, o chefe do Executivo lamentou, e disse que Maduro até tentou impedir o Brasil de enviar o assessor especial do Presidente para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim.
“É simplesmente ruim para ele. [Maduro]. Quando o Celso Amorim foi viajar para a Venezuela, fui informado que haviam pedido ao Celso Amorim para não ir à Venezuela. Então eu falei para eles que, se o Celso Amorim não pudesse ir para a Venezuela, eu diria à imprensa que a Venezuela estava impedindo o Celso Amorim. Aí, eles deixaram”, disse Lula.
Divulgação de atas eleitorais
O presidente pediu mais uma vez a divulgação da ata eleitoral e disse que aguardará a decisão do Superior Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o resultado das urnas. Questionou a declaração de vitória de Maduro, mas argumentou que a oposição também não apresentou documentos que comprovassem a sua vitória.
“O que estou pedindo para poder reconhecer o resultado? Pelo menos quero saber se os números eram verdadeiros. Onde estão os minutos? Onde está a verificação da votação? ele perguntou.
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