O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acenou com a cabeça ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nesta sexta-feira (16/8) após criticá-lo horas antes em entrevista. Os dois participaram da entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida para famílias em situação de rua em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Porém, Lula não deixou de alfinetar o tucano.
Eduardo Leite até foi vaiado ao subir ao palco, mas o petista pediu respeito aos seus apoiadores. Apesar de dizer que tem bom relacionamento com governadores, Lula atacou a proximidade do governador com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último governo.
“Só um recado para o governador: Eduardo, se o outro presidente da República trouxe torcedores para vaiar você, quem está aqui são trabalhadores, que vão receber moradia do governo federal”, declarou Lula no início de seu discurso.
“Quando houve uma seca neste estado, o governo federal esteve aqui com seis ministros, e duvido que em algum momento antes um governo federal teria dado a atenção que a gente deu aqui para resolver a seca neste estado. todos os ministros”, acrescentou.
Lula disse ainda que nunca teve problemas com nenhum governador e que não quer competir com o tucano.
“Eduardo, toda vez que você olhar para o governo federal, saiba que você tem um amigo. Não discuto nada com você, não discuto popularidade com você. Gosto de fazer política”, enfatizou o chefe do Executivo.
Leite diz que não faz política para o presidente
Em seu discurso, Eduardo Leite refutou as críticas feitas pelo presidente Lula em entrevista ao Rádio Gaúchaalgumas horas antes do evento. Lula disse que Leite “nunca fica satisfeito” com as medidas entregues pelo governo.
Leite afirmou ter assistido à entrevista, mas destacou que “o povo gaúcho não é ingrato”. Ele disse ainda que o presidente é bem-vindo em seu estado.
“Temos visões diferentes sobre muitas questões governamentais, ideológicas e programáticas. Acima de tudo aqui vocês podem ter certeza do respeito institucional. Vocês sempre serão bem-vindos no Rio Grande do Sul com sua equipe de ministros”, afirmou.
Porém, ele lembrou que, embora algumas pessoas o vaiem, a maioria da população gaúcha o elegeu. “Ouvi o presidente dizer que não faz política para o governador. O governador também não faz política para o presidente. Os dois têm que fazer política para o povo. É isso que nos une”, disse o governador.
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