O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta sexta-feira (30/8), que o indicado à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, é “extremamente competente” e “um brasileiro que gosta do Brasil”. Disse ainda que terá autonomia na gestão da autoridade monetária para baixar ou aumentar os juros, mas que é preciso que haja uma explicação para as decisões.
O chefe do Executivo também criticou o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato vai até dezembro. Para Lula, Campos Neto “age como um político”.
“Se um dia o Galípolo vier até mim e disser ‘os juros têm que subir’, ótimo. Ele tem o perfil de uma pessoa muito competente, e de um brasileiro que gosta do Brasil. falando com a palavra gênio. E vai trabalhar com a autonomia que o (Henrique) Meirelles trabalhou”, respondeu Lula em entrevista à Rádio PB, na Paraíba.
Gabriel Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do BC e foi confirmado por Lula nesta quarta-feira (28) como indicado para a presidência do banco. Ainda precisa ser discutido e aprovado pelo Senado Federal.
“Se tiver que baixar os juros, baixe. Se tiver que aumentá-los, aumente. Mas tem que haver uma explicação, porque o papel do BC não é só medir os juros, tem que ter uma meta de crescimento também . Senão não vamos a lugar nenhum”, disse Lula.
Campos Neto “age como político”
Questionado sobre as repetidas críticas que faz a Roberto Campos Neto, indicado ao BC pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista voltou a citar a participação de Campos Neto em eventos políticos, como um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
“O atual presidente do BC atua no BC como um político. Não age como um economista. Ele é voluntário em muitas reuniões políticas, coisa que não deveria acontecer. A taxa de juros hoje não tem explicação”, disse Lula. Ele também reclamou da dificuldade do presidente da República em trocar o chefe do BC.
“O problema é que no imaginário do mercado o presidente do BC tem que ser um representante do sistema financeiro, e não creio que tenha que ser. Tem que ser uma pessoa que goste deste país, que pense soberania nacional, e que tomem as medidas corretas”, enfatizou.
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